A CUT Nacional, por meio das secretarias de Comunicação, Combate ao Racismo, Direitos Humanos e Cultura, convida os companheiros e companheiras de todas as entidades CUTistas para participar das ações de lançamento e divulgação do filme Pureza, a história real de uma mãe contra o trabalho escravo
O Filme Pureza, de Renato Barbieri, estrelado por Dira Paes, inspirado em uma história real que retrata a saga de uma mãe que desafiou fazendeiros e jagunços para resgatar o filho da escravidão contemporânea na Amazônia brasileira, estreia nacionalmente no próximo dia 19 (quinta-feira), em mais de 100 salas em todo o território nacional e, em seguida, nas plataformas digitais. Antes, porém haverá duas pré-estreias sociais: dia 18, em São Luís, Maranhão, e no próprio dia 19, em Sobral, Ceará.
Para promover o filme e alertar a sociedade brasileira sobre a chaga da escravidão, a equipe de Pureza em parceria com mais de 85 entidades que lutam pelo fim do trabalho escravo, promoverá dia 13 (sexta-feira), às 13 horas, uma grande corrente no Twitter.
A CUT Nacional, por meio das secretarias de Comunicação, Combate ao Racismo, Direitos Humanos e Cultura, convida os companheiros e companheiras de todas as entidades CUTistas para participar das ações de lançamento e divulgação do filme. O objetivo final do projeto de lançamento é o de criar um ambiente propício para a sensibilização e conscientização da sociedade brasileira para a realidade do trabalho escravo em nosso país, para que pautas importantes avancem junto aos Três Poderes e para que surjam novos programas educativos e de conscientização, corroborando com todo o nosso esforço pela erradicação do trabalho escravo contemporâneo e a promoção do trabalho digno no Brasil.
A data do tuitaço é simbólica por ser “celebrado” o Dia da Abolição da Escravatura, que não é comemorada como dia da libertação de negros e negras do país. Para lideranças dos movimentos sindical e negro, ao assinar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel não editou nenhuma medida para garantir uma sobrevivência digna para os negros e negras sequestrados no continente africano, escravizados durante anos, libertados e jogados nas ruas com a roupa do corpo e nada mais. Isso contribuiu com a perpetuação do racismo, afirmam.
Participe do tuitaço
Para participar compartilhe seu tweet ou post no Instagram com as hashtags #NaoAoTrabalhoEscravo e #SomosTodosPureza. Marque uma personalidade ou um amigo para o retweet, de forma que se forme uma grande onda de mobilização nas redes. Veja aqui sugestão do banco de tuites
O filme – premiado nacional e internacionalmente
Vencedor de 28 prêmios nacionais e internacionais, o longa é inspirado na história real de Dona Pureza, uma mãe brasileira que, durante três anos, desafiou todos os perigos para encontrar seu filho e se tornou um símbolo do combate ao trabalho escravo contemporâneo.
Sua trajetória de luta foi reconhecida internacionalmente e, assim, em 1997, recebeu em Londres o Prêmio Antiescravidão oferecido pela organização não-governamental britânica Anti-Slavery International, a mais antiga organização abolicionista em atividade.
Segundo o diretor Renato Barbieri, o filme serve de alerta e atua preventivamente contra o trabalho escravo, já que quando um trabalhador assiste ao filme, ele entende a mecânica do trabalho escravo, como acontece o aliciamento, por que seus documentos são confiscados.
“Estamos fazendo sessões em regiões vulneráveis para aumentar a consciência do país sobre esse gravíssimo problema que afeta a dignidade humana. É necessário abrir os olhos e o coração da sociedade brasileira para o trabalho escravo. Precisamos virar essa página dramática de nossa história”, diz
Sobre Dona Pureza
Pureza Lopes Loyola nasceu em Presidente Juscelino, município a 85 km de São Luís, e se mudou para Bacabal, a 240 km da capital, onde o marido tinha parentes. Com o fim do casamento, a sobrevivência passou a depender da olaria e da venda de tijolos na qual trabalhava ombro a ombro com seus cinco filhos. Evangélica, alfabetizou-se aos 40 anos com o objetivo de ler a Bíblia.
Em 1993, depois de meses sem notícias do filho caçula, Antônio Abel, que partira em busca da sorte no garimpo, Pureza decidiu seguir seu rastro. Com a roupa do corpo e munida de uma bolsa, sua Bíblia e uma foto de Abel, Pureza estava decidida a encontrá-lo vivo ou morto. Sabia apenas que ele tinha ido ao Pará.
Em sua busca determinada por Abel, Pureza visita fazendas e descobre um perverso sistema de aliciamento e escravidão de trabalhadores “contratados” para derrubar grandes extensões de mata nativa a fim de converter a área em pastagem para o gado.
De fazenda em fazenda, Pureza conheceu de perto o drama dos peões, tornando-se amiga e confidente de muitos trabalhadores. Conheceu por dentro o sistema pelo qual os empregadores confiscavam documentos de identidade dos empregados e tornavam-nos totalmente dependentes dos encarregados para obter roupa, comida e produtos básicos. Ouviu relatos dramáticos de trabalhadores que poderiam ser mortos se tentassem se rebelar ou fugir.
Com a ajuda da Comissão Pastoral da Terra – a CPT, Pureza entrou em contato com o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho no Maranhão, no Pará e em Brasília. Chegou a escrever cartas para três presidentes da República: Fernando Collor, Itamar Franco (o único que lhe respondeu) e Fernando Henrique Cardoso. Até hoje, ela guarda uma cópia de cada uma dessas cartas.
A batalha de Pureza para encontrar Abel deu impulso decisivo à criação, em 1995, do Grupo Especial Móvel de Fiscalização, que uniu auditores-fiscais do trabalho, policiais federais e procuradores do trabalho para viabilizar o cumprimento da lei e a observância de direitos trabalhistas em todo o território nacional. Em 1997, Pureza recebeu em Londres o Prêmio Anti-Escravidão da Anti-Slavery International, a mais antiga organização de combate ao trabalho escravo em atividade no mundo.
Hoje, Abel vive em Bacabal com Pureza e a família. Entre 1995 e 2021, o Grupo Móvel libertou mais de 57 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão.
O trabalho escravo no Brasil e no mundo
Em 2018, segundo estimativas da Walk Free Foundation, 369 mil pessoas foram submetidas à escravidão no Brasil. No mesmo ano, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) 40,3 milhões de pessoas foram submetidas à escravidão no mundo.
A política de combate ao trabalho escravo no Brasil se tornou referência mundial. Atualmente, o combate ao trabalho escravo enfrenta retrocesso no atual governo federal e no Congresso.
Serviço – Canais do filme Pureza:
Site: https://www.purezaofilme.com.br/
Instagram: @purezaofilme (https://www.instagram.com/purezaofilme/)
WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/DHqa20esK7e0ervbBNjYGi
Twitter: @purezaofilme (https://twitter.com/purezaofilme)
PUREZA – Trailer Oficial: https://vimeo.com/489022476
Fonte: CUT