Neste dia 19 de janeiro, temos um bom motivo para o movimento sindical bancário do Paraná e do Brasil estar em festa: a Federação de Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR) completa 20 anos de existência, com muitas lutas e conquistas na bagagem. Devemos destacar esse feito, pois foram muitos os desafios enfrentados, muitos obstáculos transpostos e muitas dificuldades superadas para que pudéssemos coroar nossa entidade com os louros de uma entidade vitoriosa, que se encontra consolidada e principalmente reconhecida pelos bancários e bancárias de todo o Paraná e de todo o Brasil.
No dia 19 de janeiro de 1992, o movimento sindical, capitaneado pelo Sindicato dos Bancários de Londrina e pelo Movimento de Oposição Bancária de Curitiba (MOB), decidiu criar a FETEC, por entender que a antiga Federação dos Bancários, a FEEB, não representava mais os anseios da categoria e tinha se acomodado na estabilidade sindical de seus dirigentes, sem buscar construir nossas perspectivas de lutas e nem ampliar espaços democráticos de participação. Isso sem contar que a oposição bancária, ligada a Central Única dos Trabalhadores (CUT), crescia no Brasil inteiro, disputando espaço político. No mesmo ano, foi criada ainda a Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), antigo Departamento Nacional dos Bancários da CUT, que, antes dessa data, fazia a luta pela disputa de hegemonia dentro dos marcos das entidades, como a Contec e a Feeb.
A luta dentro das antigas entidades de representação era atravancada por questões ideológicas e, muitas vezes, sem o compromisso necessário com os bancários. Assim algumas entidades nacionais ligadas a CUT decidiram trilhar outro caminho e disputar a hegemonia da categoria bancária nas propostas e na melhor organização da luta. Já de inicio, diversas entidades, como o Sindicato dos Bancários de São Paulo, o maior sindicato de bancários do país, os sindicato de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, dentre outros, compraram a ideia e, assim, numericamente, a CNB nasceu maior que a CONTEC. E foi crescendo muito nos anos que se seguiram. A FETEC-CUT-PR nasceu no bojo dessa luta nacional e, de imediato, capitaneada pelo Sindicato dos Bancários de Londrina e a Oposição Bancária de Curitiba. Seu primeiro conclave aconteceu na cidade de Londrina, com as entidades de Umuarama, Assis Chateaubriand, Toledo, Campo Mourão, Apucarana e Cornélio Procópio.
O primeiro presidente da FETEC foi Natal Pires Cardoso, eleito no I Congresso Estadual. Natal conduziu a Federação recém criada e a introduziu no contexto das lutas e das mudanças que aconteciam no cenário político e econômico e da nova organização do movimento bancário. Ele estava a frente da entidade quando o Movimento de Oposição Bancária (MOB) ganhou o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e o trouxe para a CUT, tirando-o das mãos de entidades signatárias da FEEB e da CONTEC. Natal ficou a frente da entidade até 1994, quando, após o II Congresso Estadual, assumiu o dirigente sindical da Caixa Econômica, Geraldo Aparecido da Silva. Ele tocou a entidade num período complicado de implantação do Plano Real e resistência ao início do processo de saneamento dos bancos, no intuito de prepará-los para a privatização. Em função de compromissos assumidos com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), por indicação da CUT, Geraldo se afastou da entidade e, no seu lugar, assumiu o dirigente Roberto Antônio Von der Osten, que permaneceu até a realização do III Congresso da entidade.
Foi, então, que pela primeira vez uma mulher assumiu a presidência da FETEC, Marisa Stédile, que vinha do Sindicato dos Bancários de Toledo. Marisa assumiu a entidade no período de aprofundamento da tentativa de privatizações dos bancos estaduais, como a privatização do BANERJ e a compra do antigo Bamerindus pelo HSBC, e foi presidente até as vésperas da privatização do Banestado. Da FETEC, Marisa assumiu a tarefa definida pelo movimento de disputar o cargo de Funcionária Conselheira do Banestado, eleita por uma quantia considerável de votos, mais uma tentativa a mais de combater a Privatização.
O IV Congresso da FETEC conduziu à frente da entidade o jovem dirigente José Adilson Stuzata, vindo do Sindicato de Assis Chateaubriand e região. Adilson assumiu no polêmico período pós-privatização do Banestado. Teve pela frente os duros últimos anos da era FHC, que ainda traria para a categoria bancária acordos salariais que resultaram para os bancos públicos oito anos sem aumento real, baseados numa política de abonos. Adilson ficaria a frente da entidade por mais duas gestões, quando foi substituído por Von der Osten.
No VII Congresso Estadual da FETEC, Betão, como foi carinhosamente apelidado pelos militantes do movimento sindical, que já havia sido presidente da FETEC e passado pela presidência da CUT por dois mandatos, foi reconduzido ao cargo, num momento em que o movimento cutista quase que totalmente hegemonizava a categoria nacionalmente. Von der Osten é um nome em evidência nacional no cenário bancário cutista e logo começou a assumir tarefas nacionalmente. A princípio, teria sido cogitado para assumir a pasta de Formação Contraf-CUT, mas, no desenrolar das conversas e articulações políticas, Betão acabou sendo alçado ao cargo de Tesoureiro da Confederação. O que deixou espaço aberto para uma nova liderança que vinha se consolidando no movimento sindical bancário: Elias Hennemann Jordão, que havia iniciado sua militância no Sindicato dos Bancários de Curitiba.
Nos poucos meses a frente da FETEC, Elias se demonstrou um dirigente muito bem preparado e capaz, com características que a entidade precisava, bom ouvinte, bom articulador, organizado e orador que desenvolveu rápido a habilidade da fala em público. A boa desenvoltura rapidamente credenciou Elias para ser reconduzido à presidência da entidade, eleito no Congresso Estadual do ano de 2011. Numa articulação estadual bem costurada, Elias foi para o IX Congresso da entidade como um consenso de todas as regiões para ser eleito presidente, tanto do Pacto e do Vida Bancária quanto de Curitiba e região. Com a nova direção da FETEC eleita para o triênio 2011/2014, ele assume com muita garra e disposição e com muitas lutas pela frente. Principalmente pelo fato da entidade completar duas décadas de existência, cumprindo um papel de destaque na sociedade.
Assim, o ano de 2012 começa atarefado para a FETEC e seus sindicatos filiados, pois teremos, além de toda a carga de discussões e preparações de nossas lutas sindicais bancárias, as consultas à categoria sobre o que devemos reivindicar para os banqueiros, as preparações das conferências regional e estadual. E também neste ano teremos a responsabilidades de organizar a maior e melhor Conferência Nacional dos Bancários dos últimos tempos – pois, em função das datas comemorativas que teremos neste ano, conseguimos um fato inédito: trazer o encontro para Curitiba.
Além disso, teremos diversas outras lutas: o Congresso Estadual da CUT, em que a FETEC e os bancários terão um papel de destaque na disputa de hegemonia, inclusive com a indicação de um bancário para concorrer à presidência da Central no Paraná; a indicação de um bancário para encabeçar a CUT Nacional. Ou seja, teremos muitas atividades e articulações para consolidar essas indicações. 2012 é também ano de eleições para prefeito e vereadores. E, como sempre, nossas entidades não de esquivarão da tarefa de fazer a discussão sobre como melhorar a sociedade para os curitibanos e para os demais moradores dos municípios onde temos atuação bancária. Com certeza, apresentaremos candidatos e plataformas com reivindicações dos bancários para os aspirantes a cargos executivos municipais, para que possamos colocar na ordem do dia do debate eleitoral das nossas cidades propostas que versem sobre segurança, melhoria de atendimento para usuários e melhoria de qualidade de vida.
Pelas lutas do passado, que tiveram o caminho ladrilhado pelas dificuldades, pelas superações, pelas conquistas e vitórias construídas nesses 20 anos, e pelas lutas ainda vindouras, em que FETEC tem e terá um papel protagonista, por todos esses motivos é que não podemos deixar de regozijar com todos aqueles que foram responsáveis por construir essa entidade, que já entrou para o rol de entidades históricas. A mais clara demonstração desse fato é que nesse dia 19 de janeiro estamos comemorando os seus 20 anos de existência. Parabéns à Federação de Trabalhadores em Empresas de Credito do Estado do Paraná, a toda a sua direção e aos bancários do Paraná, pois, com certeza, sairemos dessa comemoração certos de que muitas lutas e muitas conquistas ainda virão sob a vanguarda dessa entidade.