O Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região encerra o mês de março, dedicado ao Dia Internacional das Mulheres com programação multicultural, homenageando as mulheres que nunca saem das ruas, que fazem da existência militância de vida, que lutam com seus corpos contra os retrocessos de direitos e contra todos os tipos de violência de gênero.
Após publicarmos textos semanais especiais sobre a Convenção Coletiva de Trabalho de bancárias e financiárias para elas, apresentarmos uma seleção de políticas públicas retomadas para as mulheres pelo novo governo, e listarmos a legislação e atuação de parlamentares mulheres em âmbito municipal, estadual e federal, dedicamos este espaço às mulheres em marcha.
8 de março, o Dia Internacional das Mulheres, representa a luta por direitos através da ocupação das ruas
Já é compromisso histórico a luta organizada das mulheres, que ocupam as ruas das capitais e outras cidades do país no Dia Internacional das Mulheres, um dia de luta e manifestação contra as opressões de gênero, desigualdade nos direitos, contra todas as formas de violência que o machismo causa a mulheres e meninas.
Munidas de faixas, cartazes, música, adornos e pinturas em seus corpos, todos os anos as mulheres se reúnem em marcha e saem pelas ruas pelo direito de existir.
Em 2023, foram diversas as temáticas abordadas. Em Curitiba, por exemplo, o mote, que une em organização diversas frentes e movimentos sociais, levou às ruas “Mulheres em resistência contra todas as formas de violência. Por terra, teto, trabalho e democracia. Sem anistia”, da Praça Santos Andrade até a Boca Maldita.
A organização das mulheres também parte, de maneira cotidiana, do movimento sindical, que se engaja nas marchas e paralelamente organiza as lutas a partir da dimensão dos direitos das mulheres trabalhadoras. A pauta da CUT é garantir salários iguais em mesmas funções; fim do assédio moral nos locais de trabalho (Convenção 190 da OIT); a convenção das responsabilidades compartilhadas, como fim da violência contra mulher, entre outras questões que afetam a vida das mulheres e meninas de todo o país.
A luta pela manutenção da democracia e pela autonomia das mulheres também ressurge neste ano, em meio à celebração da retomada de políticas públicas após os últimos anos de retrocessos e de riscos à democracia no país.
Marcha das Margaridas, pela reconstrução do Brasil
Além de denunciarem nas ruas todas as formas de opressão e violência de gênero, as mulheres também se organizam para transformar essa realidade que afeta suas vidas. E esta é a temática da Marcha das Margaridas em 2023, que está em sua 7ª edição: “Margaridas em Marcha pela reconstrução do Brasil e do bem viver”. As margaridas de todo o país ocupam as ruas do Distrito Federal nos dias 15 e 16 de agosto.
A Marcha é coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), e já acumula diversas transformações e conquistas na vida das mulheres do campo e da cidade: documentação, acesso à terra, apoio às mulheres assentadas e políticas de apoio a produção na agricultura familiar; criação do Programa Nacional de Documentação da Mulher Trabalhadora Rural – PNDMTR; titulação Conjunta Obrigatória – Edição da Portaria 981 de 02 de outubro de 2003; revisão dos critérios de seleção de famílias cadastradas para facilitar o acesso das mulheres a terra; edição da IN 38 de 13 de março de 2007 – normas para efetivar o direito das trabalhadoras rurais ao Programa Nacional de Reforma Agrária, dentre elas a prioridade às mulheres chefes de família; capacitação de servidores do INCRA sobre legislação e instrumentos para o acesso das mulheres a terra; formação do Grupo de Trabalho (GT) sobre Gênero e Crédito e a Criação do Pronaf Mulher; apoio ao protagonismo das mulheres trabalhadoras nos territórios rurais; criação do Programa de Apoio a Organização Produtiva das Mulheres; apoio para a realização de Feiras para comercialização dos produtos dos grupos de mulheres; entre outras ações.
EleNão, as mulheres nas ruas contra a eleição de Bolsonaro
Nas eleições presidências de 2018, um movimento de ocupação das ruas, organizados por frentes de luta, movimentos sociais e sindicais, teve adesão quase que orgânica no país majoritariamente pelas mulheres contra a eleição de Jair Bolsonaro, sob a bandeira unitária do #EleNão.
As mulheres realizaram diversos atos de rua já se antecipando aos retrocessos de direitos e violências de gênero potencializadas que estariam submetidas sob a gestão do ex-presidente, temor que se consolidou no aumento do registro de armas e casos de feminicídio no país, bem como na suspensão e paralisação de diversas políticas públicas que atingem as mulheres.
Marcha das Vadias, nas ruas contra o estupro
A Marcha das Vadias é um movimento internacional das mulheres, que surgiu no Canadá em 2011, em que a ocupação das ruas é pelo direito das mulheres a decidirem sobre os próprios corpos. Surgiu em protesto contra o machismo, contra o entendimento de que estupros contra mulheres são causados pelo seu comportamento.
Marcha Mundial das Mulheres, organização feminista
Ainda que todos os direitos das mulheres sejam obtidos através da luta feminista e que a ocupação das ruas por manifestações de mulheres também tenham essa perspectiva, que é diversa, as mulheres organizadas em marcha dão também nome a organizações feministas, como a Marcha Mundial das Mulheres, que possui bandeiras de luta contra o capitalismo, pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, pela reconstrução do feminismo popular, contra o controle dos corpos, pela transformação do mundo, até que todas as mulheres sejam livres. A organização atua de maneira internacionalista há mais de 25 anos.
Ela pode, Ela vai
As mulheres do Ela pode, Ela vai ocupam as ruas de Curitiba para celebrar o (pré) Carnaval, e estão sempre engajadas a levar seu batuque em todas as marchas e ocupações das ruas pelas mulheres, reivindicando a autonomia sobre seus próprios corpos e o fim da violência de gênero.
#8M das MULHERES PROTAGONISTAS
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