Banco Central determinou alta de mais 1% da taxa Selic, medida que torna empréstimos pessoais mais caros e trava atividade econômica no país
O índice torna mais caros muitos compromissos assumidos por brasileiros, como empréstimos pós fixados. Assim, muitas famílias terão ainda mais dificuldades para conseguir pagar suas contas neste momento de forte crise, provocada pela política do atual governo. Outra consequência direta é a redução da atividade econômica, pois os encargos das empresas que buscam financiamentos para sua produção também são afetados, o que deve provocar novas demissões de trabalhadores.
Uma alta atrás da outra
Essa é a décima alta seguida desde março de 2021, quando a taxa estava em 2%, o mais baixo índice da história. A justificativa do Banco Central é o controle da inflação, que segue sem freios: nos últimos 12 meses, a alta dos preços bateu os 12,03%, a maior nos últimos 20 anos.
Para Walcir Previtale, secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), “a atual política econômica está quebrando a economia, as famílias não conseguem mais pagar suas contas, nem as empresas dão conta de continuar sua produção”. Para ele, “se o rumo não mudar, a situação, que já está péssima, vai se tornar insustentável, com mais desemprego, fome e miséria no país”.
Rumo do país tem que mudar
No entanto, o próprio Banco Central, na ata da reunião da quarta-feira (4), indica como “provável” que os juros ficarão ainda mais altos nos próximos meses, por conta da “elevada incerteza da atual conjuntura”.
Para Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, o que se vê é resultado do projeto do atual governo. “É um governo que só toma decisões contra os trabalhadores, os mais humildes. O que vemos é o desmonte das empresas públicas, eliminação de direitos e garantias trabalhistas, inflação e juros altos. Todas estas medidas contribuem para promover a concentração de renda nas mãos dos grandes capitalistas, enquanto a população se torna cada vez mais pobre”.
Segundo a dirigente, é necessário reverter esse quadro de forma estrutural. “O Brasil precisa tomar outro caminho e, neste ano de eleição, escolher candidatos comprometidos com as causas populares”, completou Juvandia.
Fonte: Contraf-CUT