Sindicatos de todo o país estão realizando, durante esta semana, protestos em agências do Santander contra a extensão do horário de atendimento e todo o processo de reestruturação promovido pelo banco, com extinção dos cargos de gerentes de atendimento, demissões e terceirizações de diversos setores. Na capital paranaense, o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região realizou ato na manhã desta quarta-feira, 27 de julho, na agência Santander Marechal Deodoro, onde também fica localizada a Superintendência Regional.
“O banco já se comprometeu a fazer uma conversa presencial para tratar dos problemas. Valorizamos o processo negocial e queremos que esta conversa seja marcada o quanto antes e traga a solução esperada pelos trabalhadores, mas enquanto ela não é marcada e nem acontece, a insatisfação e, com ela, as manifestações continuam”, explicou a secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial.
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A reestruturação
O Santander vem promovendo uma reestruturação permanente, com demissões, falta de contratação de funcionários, terceirizações de setores inteiros, automatização de funções, extinção do cargo de gerente de atendimento (o que leva à sobrecarga dos gerentes de negócios e serviços) e, mais recentemente, ampliação do horário de atendimento das 9h às 17h.
No boletim Sindical Santander, que está sendo distribuído aos funcionários e à população em geral durante as atividades, o movimento sindical ressalta que a ampliação do horário afetará mais as agências periféricas, onde há maior volume de atendimento de clientes, já que o expediente poderá ir até depois das 17h.
Publicamente, o Santander alega buscar proximidade com os clientes. “Mas, na prática, o banco está empurrando as pessoas para o atendimento digital e cortando postos de trabalho que poderiam melhorar o atendimento, o que contradiz este discurso”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias.
Dados do balanço do Santander mostram que, em um ano, a carteira digital do banco cresceu 17%; no mesmo período, houve crescimento de 8% de clientes tradicionais. Em cinco anos, do primeiro trimestre de 2016 ao primeiro trimestre de 2022, a média de clientes por funcionário cresceu de 656 para 1.116. Houve ainda aumento de 166% no número de clientes e redução de 2,1% no número de funcionários.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, com informações da Contraf-CUT