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Financiários conseguem GT sobre Terceirização

A segunda rodada de negociação da Contraf-CUT, federações e sindicatos com a Federação Nacional de Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Fenacrefi), nesta terça-feira (28), em São Paulo, apresentou avanços importantes. Os representantes dos trabalhadores reivindicaram e conseguiram firmar um acordo com a Fenacrefi para criação do Grupo de Trabalho (GT) da Terceirização.

Confira como foi a primeira reunião. 

Mas não foi uma discussão fácil. A batalha travada no Congresso Nacional, para barrar o projeto de lei que precariza as relações de trabalho (PLC 30) também está presente nas mesas de negociações com o setor patronal. Assim como os bancos, a financeiras adotam o discurso do “que não é bem assim” para tentar minimizar os problemas gerados pela terceirização no setor financeiro.

A Contraf-CUT estima em mais de 500 mil os trabalhadores que prestam serviços para as financeiras, em todo o Brasil. Mas na base da Fenacrefi, há apenas 10 mil. Números que refletem a precariedade enfrentada pelos trabalhadores.

Durante a reunião, o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, usou exemplos concretos sobre a situação. “Ao comprar um carro, o financiamento escolhido foi pelo banco Renault, que, por outro lado, quarteirizou o trabalho para a BV Financeira. A funcionária que fez o financiamento não sabia nem para quem trabalhava, numa jornada que começava às 8h da manhã até o fim da noite. O que nos mostra que precisamos discutir este tema com bastante coerência”, defendeu.

“Existe uma grande preocupação por parte dos trabalhadores, no mundo todo, com a automação, a terceirização e a reorganização do trabalho. No Brasil, os trabalhadores do crédito estão no comércio, no setor de TI. Também exercem funções de bancários. Mas com a terceirização, não têm direito a benefícios básicos, como vales alimentação, refeição e plano de saúde”, explicou Roberto von der Osten.

O dirigente sindical da Fetec-SP, Jair Alves, ressaltou a necessidade de melhorias nas condições de trabalho. “Já flagramos trabalho análogo à escravidão em empresas terceirizadas. Não havia banheiro, nem restaurante para os funcionários. É preciso garantir respeito e dignidade a estes trabalhadores. Com o GT da Terceirização, vamos discutir pontos importantes e situações reais, enfrentadas no dia a dia”, avaliou Jair.

A questão dos correspondentes bancários também foi debatida na segunda rodada de negociação, que ainda contou com a presença dos dirigentes sindicais: João Analdo de Souza , Vinissio Martins Clemente e Walmir Gomes, pela Feeb SP/MS; José Aparecido Siva, pela Fetec-SP; Marta Soares, do Sindicado dos Bancários de São Paulo; Adelmo Andrade, do Sindicato da Bahia; Larissa Ribeiro, pelo Sindicato de Brasília; Júlio Nascimento, do Sindicato do ABC; Paulo Garcez, da Fetraf-RJ/ES; Sônia Rocha, da Fetec-CN e Katlin Salles, da Fetec-CUT-PR.

“A visão do setor patronal da terceirização é somente pela cúpula de diretores e executivos, que recebem altos salários. Os patrões precisam visitar a base. De cada dez acidentes, oito acontecem com terceirizados, os quais recebem 27% a menos do que os outros trabalhadores”, disse Katlin Salles, diretora do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

A data da primeira reunião sobre a formação do GT da Terceirização será definida nos próximos dias e a nova rodada de negociação da Campanha Nacional dos Financiários 2015 está marcada para 13 de agosto, com a discussão sobre PLR. No dia 12, os trabalhadores se reúnem na sede da Contraf-CUT para debater a pauta, antes do encontro com a Fenacrefi.

Outras reivindicações
Na pauta específica entregue à Fenacrefi também são reivindicados:
– Reajuste de 14,2%.
– PLR de R$ 6.337,02.
– Novo modelo de PLR.
– Abrangência do acordo para todo o País.
– Unificação da data-base com bancários (setembro).
– Fim das metas abusivas.
– Combate ao assédio moral.
– Combate à violência organizacional.
– Combate à terceirização.
– Manutenção da Comissão Paritária de Controle das Condições de Saúde.

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