Durante a última campanha salarial dos funcionários do Besc, no final do ano passado, o acordo não foi concluído porque o banco encontrava-se em dificuldades financeiras. Entendendo a situação pela qual o Besc passava, os funcionários concordaram então em receber um abono de R$ 1.000,00, parcelado em duas vezes. A proposta foi aceita diante do compromisso assumido pela sua direção de que as negociações seriam retomadas até, no máximo, 15 de março de 2004 e da expectativa com a recuperação do banco no segundo semestre do ano de 2003, o que com esforço dos funcionários, de fato ocorreu.
O Besc fechou o ano passado com um resultado de R$ 25 milhões, mas, lamentavelmente, o banco – que hoje é federalizado -, descumpre de forma irresponsável o acordo firmado no final de outubro do ano passado e não reabriu as negociações no prazo previsto. O estabelecimento deste impasse e a privatização do Banco do Estado do Maranhão (BEM), deixam clara a intenção do governo de privatizar o Besc, medida que viria favorecer os banqueiros nacionais e estrangeiros que ganhariam um importante banco. Além disso, apesar da insistência de vários setores da sociedade, o governo não retira do programa de desestatização o Besc, além dos bancos do Estado do Ceará (BEC) e Banco do Estado do Piauí (BEP). Tais posturas demonstram a intenção de dar continuidade ao acordo assinado pelo governo FHC com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que previa a privatização deste bancos.
Os bancários do Besc são uma parcela da categoria das mais organizadas e não aceitaremos esta irresponsabilidade do banco de não estar pré-disposto a negociar com seus funcionários. Para piorar, o banco ainda tem assumido a postura autoritária de perseguir trabalhadores.
A assembléia prevista para esta terça-feira, dia 30, é de extrema importância para a mobilização e para que os funcionários dêem respostas a tais acontecimentos. Se não forem estabelecidas negociações sérias que apontem soluções para os problemas, os bancários do Besc devem entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 31 de março.
A CNB/CUT, por entender que este governo foi eleito sob a égide da mudança e da transformação, não concorda e não concordará com a reprodução de práticas antigas. Por isso, manifesta todo seu apoio à greve do Besc.
Confederação Nacional dos Bancários – CUT