-15/07/2004
(São Paulo) Nesta sexta-feira, Dia Nacional de Manifestação e Luta por Mudanças na Política Econômica, os bancários fazem parte das atividades promovidas pela CUT na Avenida Paulista, assim como os trabalhadores dos Correios, petroleiros, metalúrgicos, que também estão em campanha salarial. A data-base dos bancários é dia 1º de setembro. A Minuta com as reivindicações específicas foi entregue no dia 16 de junho, após a VI Conferência Nacional dos Bancários, com reivindicação de reajuste de 25%. Mas os banqueiros já alegaram “dificuldades” para conceder este aumento.
“Nos últimos dez anos os 10 maiores bancos ampliaram seus lucros em 1039%. Se eles não têm condições, quem tem?”, questiona o presidente da Confederação Nacional dos Bancários, Vagner Freitas. Ele destaca que somente a mobilização dos trabalhadores é capaz de pressionar os patrões a conceder aumento real de salários. “Esta iniciativa da CUT, de unificar a Campanha Salarial, é uma ótima opção para aumentar o poder de pressão dos trabalhadores e mostrar para os empresários a nossa vontade de conquistar melhores acordos”, disse.
Os bancários do Brasil estão mobilizados com as CUTs estaduais. Estão previstas atividades em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, Fortaleza, Aracajú, Teresina, Salvador, Maceió, Belém.
Em São Paulo, a CNB/CUT em conjunto com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região estará promovendo assembléias a partir das 9h com os bancários do ABN Amro, Bradesco e Banco do Brasil na Av. Paulista, nos números 1.374, 1.450 e 2.163 respectivamente. O Sindicato prevê a participação de mais de 3 mil bancários.
Nesta mobilização as bandeiras da Central, dos bancários e das categorias que integrarão a manifestação são: retomada do crescimento econômico, geração de empregos e melhores salários, manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas, distribuição de renda, redução das taxas de juros, redução da jornada de trabalho sem redução de salários, serviços públicos de qualidade, uma nova estrutura sindical, aumento real de salário, reforma agrária, não à Alca e não à renovação dos acordos com o FMI. As mobilizações serão construídas em conjunto com as Entidades da Coordenação dos Movimentos Sociais – CMS, que possuem um calendário de lutas com o tema “O Brasil Quer Trabalhar”.
O principal eixo de luta desta mobilização é a retomada do crescimento, com geração de emprego e distribuição de renda, para enfrentarmos uma conjuntura que apresenta manutenção das elevadas taxas de desemprego, apesar da criação de mais de 500 mil postos de trabalhos no mercado formal em 2004, diminuição do poder aquisitivo dos salários, um superávit primário recorde de 6,35% e uma previsão de crescimento do PIB de apenas 3% aproximadamente.
Fonte: CNB/CUT