O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região esclarece que não tem envolvimento algum com a decisão do Ministério Público do Trabalho de investigar o Coral de Natal do HSBC, realizado anualmente no Palácio Avenida. O MPT recebeu denúncias de educadores dos abrigos onde vivem as crianças que participam das apresentações, que estariam sendo submetidas a cargas horárias excessivas e expostas a condições de trabalho indevidas. Tudo isso poderia ser caracterizado como trabalho infantil. “Não é de nosso conhecimento a maneira como essas crianças eram tratadas e, portanto, seria leviano de nossa parte qualquer participação nestas denúncias que culminaram na investigação do MPT”, esclarece Otávio Dias, presidente do Sindicato.
No entanto, o Sindicato já se posicionou, algumas vezes, contrário às apresentações no que tange o interesse final do banco. O HSBC é patrocinador oficial do evento e cede o local. Obviamente, tem sua importância. Mas desde o ano 2000, o projeto é protocolado no Ministério da Cultura por uma empresa paulistana (In Brasil Marketing Cultural Ltda), que busca captação de recursos via editais de leis de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet. Ou seja, é dinheiro público. No entanto, o banco inglês não perde a oportunidade de promover sua imagem às custas do coral e com o dinheiro da sociedade.
Atenção para parte do texto Sobre o Natal do Palácio Avenida, de Marino Galvão Jr., publicado no jornal Gazeta do Povo:
Entre os itens orçados no projeto, que está disponível para consulta no site do Ministério da Cultura, aparecem alguns bastante inflacionados. Por exemplo: R$ 60.000,00 para conserto e manutenção de figurinos, R$ 90.000,00 para o cachê do ator convidado (no ano passado Marcos Caruso) e R$ 100.000,00 para captação de recursos. Porém os recursos em tese já estão captados já que o HSBC patrocina com exclusividade o evento.
A crítica do Sindicato é, portanto, neste sentido: a sociedade deve aceitar que um banco que lucra bilhões por ano use dinheiro público para fazer propaganda? Fora isso, aguarda-se, juntamente com todos os curitibanos, os resultados da investigação do MPT.