Um dos tons do encontro entre integrantes do Comando Nacional dos Banrisulenses, nesta quarta-feira, 24 de agosto, em Porto Alegre, durante a entrega da pauta específica de reivindicações, foi a importância de acompanhar a aceleração do processo negocial da Fenaban. Enquanto a mesa de negociação se desenvolvia em São Paulo, entre o Comando Nacional dos Bancários e os representantes da Fenaban, os dirigentes fizeram uma cobrança à diretoria do Banrisul: o banco precisa marcar logo a primeira mesa de negociação específica.
Outro tom mais duro dos dirigentes sindicais foi a respeito do fato de que o Banrisul registrou um dos maiores crescimentos do lucro líquido no semestre e pode atender as reivindicações dos trabalhadores. Quando o assunto foi a pauta de reivindicações, dirigentes também cobraram a importância de implementar o Plano de Carreira. Os representantes do banco foram formais. Disseram que vão trabalhar para que haja uma negociação que seja favorável aos trabalhadores e ao banco.
Diálogo também foi palavra repetida pelos dirigentes. Palavra, aliás, que gerou uma unânime insatisfação dos diretores das entidades representativas dos Banrisulenses. Isso porque o atual presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, não costuma receber dirigentes sindicais, mesmo que os pedidos de reunião ou audiência sejam reiterados. Em seu segundo ano no cargo, desde 2014, ele só recebeu os dirigentes uma vez, depois de 128 dias de sua posse. Os dirigentes esperam que ele não se esconda debaixo da mesa quando o assunto for negociar direitos durante a Campanha Nacional 2016.
“Gostaria de registrar a nossa insatisfação pelo não comparecimento do presidente do Banrisul na abertura do nosso Encontro Nacional. Nós o convidamos para participar da abertura e ficamos sem esse gesto de demonstração de construir uma mesa de negociação marcada pelo diálogo. Queremos também que as negociações sejam abertas prontamente, porque, na Fenaban, já há até sinalização de apresentação de proposta”, cobrou o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Luciano Fetzner.
Ana Guimaraens, diretora de Comunicação do Sindicato, informou os representantes do banco o resultado da consulta realizada pelas entidades sindicais aos Banrisulenses para construir a pauta específica de reivindicações. “Os colegas demonstraram que querem a implantação do Plano de Carreira. O banco tem condições. Temos muitos jovens no Banrisul. O banco precisa ser sensível e investir para que os trabalhadores permaneçam trabalhando no Banrisul”, explicou Ana.
O diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, se dirigiu aos representantes do banco, o superintendente de Gestão de Pessoas, Gaspar Saikoski, e um integrante da assessoria jurídica, para repudiar a atitude da diretoria e reiterar a importância de acelerar as negociações. “É preciso fazer uma negociação séria, célere e que contemple os trabalhadores. Pedimos que levem ao presidente do banco nossa insatisfação com o tratamento dele. Ele não trata adequadamente os representantes dos trabalhadores do banco”, avaliou Rocha.
A diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, assinalou a inovação realizada pelos Banrisulenses na definição da pauta específica de reivindicações. “Fizemos um encontro de dois dias para dissecar a nossa pauta específica. É uma pauta que dialoga com as dificuldades dos Banrisulenses. Tem questões relacionadas aos problemas de ar-condicionado. Tem pautas para quem entrou agora e para todas as funções do banco. É a expressão dos anseios de todos os Banrisulenses”, explicou Denise.