Depois de se atrasar nesta quinta-feira (18) por cerca de uma hora para chegar até a sede da Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a diretoria do Banrisul interrompeu a negociação específica da Campanha Nacional 2014 que iria discutir saúde e Cabergs.
Os representantes do banco condicionaram o início do debate acerca dos temas previstos ao fim da paralisação na Superintendência Regional (Sureg), no bairro Moinhos Vento, o que o movimento sindical não aceitou.
Numa clara demonstração de desrespeito ao direito de livre manifestação dos trabalhadores, o banco se retirou da mesa de negociações, menos de 15 minutos após o começo da reunião.
Os representantes do Comando Nacional dos Banrisulenses protestaram contra o abandono, ressaltando que a manifestação até o meio-dia em frente à Sureg era uma atividade da Campanha Nacional 2014 e que não havia razão para o banco se retirar.
Acompanha o andamento das negociações da Campanha 2014.
Protestos
"Trata-se de um ato de profundo desrespeito aos banrisulenses, que macula o processo de diálogo e negociação coletiva. Este não é o caminho para encontrar soluções para atender a pauta de reivindicações específicas dos funcionários", protesta o funcionário do Banrisul e diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha.
"A postura dos negociadores do banco só reafirma a avaliação de que eles não têm proposta para a pauta de reivindicações dos funcionários. As negociações não passam de conversas para ganhar tempo. A atividade na Sureg integra a Campanha Nacional, a exemplo do que vem ocorrendo em outros bancos e visa pressionar as instituições para que apresentem uma proposta decente aos trabalhadores", destaca o diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo.
"A diretoria do Banrisul elegeu como estratégia repassar a responsabilidade das mesas de negociações aos representantes dos trabalhadores. Nós estamos demonstrando desde o começo nossa disposição para negociar. Inclusive, permanecemos na mesa quando a diretoria ofereceu o corte de direitos de banrisulenses que estão afastados por doença", enfatiza o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis.
Ele se refere à proposta da diretoria do banco de renovar o Acordo Coletivo de Trabalho do ano passado com a retirada da PLR e do direito à 13ª cesta-alimentação e vale-refeição de afastados por doença.
"Temos dado na mesa de negociação uma demonstração de que estamos dispostos a avançar, debater ideias e conceitos. Até agora a diretoria do banco veio com propostas indecentes e para nos enrolar. Nós continuamos firmes no interesse de manter a mesa para conquistar direitos para os banrisulenses", avalia o funcionário do Banrisul e secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Antônio Pirotti.
"Agora, não vamos deixar de ir às ruas para mostrar para a base que precisamos nos mobilizar e ir à greve para buscar direitos e lutar para que benefícios conquistados não sejam cancelados, porque a diretoria não quer assumir nenhum compromisso", salienta Pirotti.
O processo de negociação com o Banrisul será retomado na próxima quarta-feira (24), na sede da Fetrafi-RS.