Os representantes da Comissão de Organização dos Funcionários (COE) do Mercantil do Brasil participaram de encontro nacional, nesta quarta-feira (19) e quinta-feira (20), na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, para discutir as pautas específicas dos funcionários, calendário de lutas e estratégias de atuação para as próximas negociações com o banco.
No encontro foram analisados os dados do último balanço do Mercantil. No primeiro semestre de 2015, o lucro líquido foi de R$ 48,5 milhões, o que representa uma melhora significativa em relação ao mesmo período do ano passado, com prejuízo líquido de R$ 76,1 milhões. Com esse resultado, a rentabilidade ficou em 14,17%, de acordo com análise do balanço, apresentada pelo Dieese.
Para o secretário de Organização do Ramo Financeiro, Carlindo Dias (Abelha), as discussões, com análises do balanço e da atuação no banco no País, contribuem para fortalecer a pauta dos funcionários e embasar as próximas reuniões com o Mercantil. “É uma instituição financeira importante no Brasil. O Mercantil tem hoje 2.778 funcionários e teve um ótimo resultado, de acordo com o último balanço. O banco precisa valorizar o empenho dos bancários, que atuaram de forma direta nesta recuperação e crescimento”.
Carlindo também destaca a importância do encontro na Contraf-CUT. “A representatividade, com dirigentes de vários Estados, foi extremamente positiva, com a discussão de problemas e demandas específicas. O banco tem centrado sua atuação em Minas Gerais e nas cidades do interior de São Paulo. Além da coordenação nacional da COE, também teremos agora uma coordenação regional no Estado de São Paulo, assim vamos aumentar a nossa atuação sindical e estar mais próximo dos funcionários”, explica Carlindo (Abelha).
Durante o encontro, o diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte Marco Aurélio Alves foi eleito para a coordenação nacional e o diretor do Sindicato de Araraquara Ede Queiruja para a coordenação da COE do Estado de São Paulo.
PLR sem metas
Os funcionários cobram do banco melhorias no sistema de distribuição de valores referentes ao Programa Próprio de Participação nos Lucros e Resultados. Os dirigentes sindicais decidiram enviar um oficio exigindo o pagamento integral do adiantamento da primeira parcela da PLR, independentemente do cumprimento da meta de despesas operacionais. “A PLR hoje depende das metas de lucro e de despesas, as quais os funcionários são pressionados a bater. Queremos acabar com isto, ter uma PLR livre. Nosso último recebimento foi prejudicado pela conjuntura desfavorável de preços do próprio banco, fora do alcance de atuação dos funcionários”, explica Marco Aurélio Alves, coordenador nacional da COE.
Cava
A COE também vai levar para a mesa de negociação com o banco os problemas enfrentados na Cava (Caixa de Assistência Osvaldo Araújo). Os funcionários estão apreensivos porque o banco tem acenado com o fim do seguro. A decisão do encontro é acionar os setores jurídicos dos sindicatos e da Contraf-CUT para uma ação coletiva, visando resguardar os direitos dos funcionários do Mercantil e associados da caixa de assistência.“Estes dois dias foram importantes para a preparação dos dirigentes. Vão potencializar o nosso trabalho com a base, na negociação com o banco e na luta pelos nossos direitos”, avalia Marco Aurélio Alves.