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Enrolação da Fenaban contamina negociação com Banrisul


Foto: SEEB Porto Alegre 

Preste muita atenção no uso que os negociadores do Banrisul fazem do verbo “pretender”. É o verbo que a diretoria do Banrisul conjuga e que levou para a primeira mesa de negociação, realizada nesta segunda-feira, 06 de agosto,  na sede da Fetrafi-RS, quando questionada reiteradamente se tinha proposta para apresentar e se garantia a renovação do acordo coletivo anterior enquanto o novo não era assinado.

O verbo pretender é fundamental para entender as justificativas para não dar respostas às reiteradas perguntas dos colegas do Comando Nacional dos Banrisulenses. Para a insistência dos colegas do Comando, diga-se. Pois esse verbo define o sentimento com a primeira primeira mesa: frustração. Além disso, podemos dizer que a mesa de negociação da Fenaban, cheia de enrolação, não só contaminou o primeiro encontro, como sinalizou a estratégia a ser adotada pelo Banrisul. Pretender esperar, mas aceitou marcar nova mesa de negociação na sexta-feira (10).

Nessa de que o Banrisul “não pretende retirar direitos”, “pretende preservar direitos” e “pretende esperar a Fenaban”, o Comando Nacional dos Banrisulenses decidiu fortalecer uma agenda de mobilização. Antes de acompanhar a próxima reunião, na sexta-feira, a partir das 11h, na Associação dos Bancos do RS (ASBANCOS), no Centro de Porto Alegre, os Banrisulenses estão convocados a participar da assembleia de avaliação da proposta da Fenaban, na quarta-feira (8). Lembrando que a assembleia também será o espaço de organizarmos e decidirmos participar do Dia do Basta, Dia Nacional Luta convocado pelas Centrais Sindicais em defesa dos direitos dos trabalhadores na sexta-feira.

Vamos para a vigília para ajudar na pressão ao Banrisul
De qualquer modo, para os Banrisulenses, o dia 10, a próxima sexta-feira, será de vigília. Enquanto o Comando Nacional dos Banrisulenses negocia ou aguarda alguma proposta da diretoria do Banrisul, uma vigília será montada na Rua dos Andradas, centro histórico de Porto Alegre. Se no chão, a participação e a mobilização devem fazer a diferença, 17 andares acima, na sede da ASBANCOS, o Banrisul será instado a apresentar proposta, a dizer a que veio.

O secretário-geral do SindBancários e funcionário do Banrisul, Luciano Fetzner, salienta a importância da participação neste momento. Primeiro na assembleia, a partir das 18h, na Casa dos Bancários. Uma das lamentações do banco foi dizer que “pretende” por causa da crise que começou em 2011. “Viemos enfrentando a crise, que na minha opinião começou em 2008 e não em 2011, com o trabalho de todos os colegas do banco. É cada vez mais duro, mais cobrado o trabalho dentro das agências e no Banrisul inteiro. Insisto com a importância da rapidez na resposta para trazer sugestões para dialogarmos com os colegas. Para os colegas, tatear sobre nada é difícil. É preciso que haja uma proposta para construir entendimento e levar a bom termo essa negociação”, detalhou Luciano.

Cautela, serenidade e Conselho da Fenaban
De acordo com Luciano, “é preciso conhecer o contexto político para entender as evasivas da diretoria do Banrisul na voz do porta-voz da diretoria, o diretor de RH, Gaspar Saikoski. Ele evocou o momento do país, a importância de manter o Banrisul público ante um dono (o Estado) com sérias dificuldades financeiras e aquilo que os representantes dos trabalhadores vêm discutindo e alertando. É preciso que os acordos sejam detalhados e detalhistas nas vírgulas para que não haja ambiguidades, sendo este o legado tenebroso da reforma trabalhista, da Lei 13.467”, disse.

Traduzindo a “pretensão” da diretoria
“Vamos procurar entender a conversa do Banrisul no contexto da reforma trabalhista. Ora, os banqueiros, se não escreveram, seguraram a mão de quem escreveu a reforma trabalhista. Natural que queiram segurar uma decisão sobre a aplicação da ultratividade, quer dizer, renovar o acordo anterior enquanto um novo não é celebrado. O teto é 31 de agosto, porque dia 1º de setembro, data-base dos bancários, o Acordo Coletivo Nacional e os específicos deixarão de valer. Nesse sentido, o Banrisul faz o mesmo que a Fenaban: enrola na mesa até para estabelecer data, horário e local para a segunda mesa de negociação”, afirmou Luciano.

O diretor da Fetarfi-RS, Carlos Augusto Rocha, procurou deixar claro o objetivo dos trabalhadores diante do discurso do banco. “Temos que deixar claro aqui que o nosso trabalho é um instrumento importante de fortalecimento da economia. No caso do Banrisul, um instrumento de manutenção do caráter público do Banrisul. Não queremos entregar o pouco que temos. Este banco está de pé por força da nossa luta”, pontuou Rocha. “Não estamos pedindo a renovação do acordo. Estamos pedindo que um acordo seja mantido enquanto outro não é assinado”, acrescentou Rocha, referindo-se à ultratividade.

Questão de legado e de sustentabilidade
Acompanhe o raciocínio com base no recente histórico da atual diretoria do banco e a ausência de um legado. Faltaria mesmo um legado se aquilo que a diretoria prometeu e não cumpriu como foi o caso da migração da Fundação Banrisul de Seguridade Social (FBSS)? Realizou PDVs, vendeu ações do banco e nem acenar com plano de carreira ou mesmo garantir a ultratividade parece haver disposição. “Está na hora de essa administração deixar algum legado. Internamente não deixa nenhum legado. Ou o legado será vender ações do banco? Ninguém é dono de capital aqui. Estamos falando de pessoas assalariadas”, asseverou o diretor da Fetarfi-RS e funcionário do Banrisul, Fabio Alves.

A diretora da Fetrafi-RS e também funcionária do Banrisul, Denise Falkenberg Corrêa, demonstrou que atender as reivindicações dos Banrisulenses numa jornada de sucessivos resultados positivos e recorde de lucro no ano passado, é uma questão de sustentabilidade. O acordo, a sua renovação, é fundamental para manter o Banrisul público e fortalecido. “O legado é renovar o acordo. É bom para nós e bom para o banco”, disse Denise.

Por uma resposta decente
“Vamos colocar as coisas em seus devidos lugares. Cumprir a Fenaban é uma obrigação de todos os bancos. Parece óbvio, né? Não para a diretoria do Banrisul. Portanto, esperar a Fenaban não é nenhum vantagem, uma conquista dos trabalhadores Banrisulenses. Essas conquistas só virão com participação e mobilização. A disputa aqui é entre discursos: o banco acha que está dando vantagens com uma reforma trabalhista que ajudou a escrever. E nós, Banrisulenses, lutamos por trabalho decente”, concluiu Luciano.

O alerta é feito pelo assessor jurídico da Fetrafi-RS, o advogado Milton Fagundes. A primeira mesa do Banrisul é preciso dizer claramente traz a luta de trabalhadores que buscam avanços e a diretoria que não quer avançar. Neste acaso, nem mesmo renovar a convenção anterior teve sinalização. “O banco coloca como se cumprir a Fenaban fosse uma vantagem. Isso é uma obrigação do Banrisul. O que acontece é que algumas cláusulas não são cumpridas e são avanços nos bancos públicos”, reafirmou.

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