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85 Anos do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

No dia de hoje, 06 de
julho de 2017, o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região completa 85
anos. Quem viveu oitenta e cinco anos obviamente tem muita experiência e muita história
para contar, o que é o caso do nosso Sindicato. Tempo suficiente também para
passar por várias conjunturas políticas e econômicas, por vários regimes de
governos: desde ditatoriais a democráticos, pela eleição do primeiro presidente
operário do país, da primeira presidenta mulher, de um golpe em uma jovem
democracia, e de forma bem resumida por muitas lutas e resistências, pois para
contar todas estas histórias seria obviamente necessário um livro bastante denso.

A história do SEEB Curitiba começa já anos 30 quando tinha atuação estadual, conhecido como Sindicato dos Bancários do Paraná,
com representações regionalizadas e que naquela década se destacava por sua
atuação somando as demais entidades de classe do país na defesa por melhores
salários e condições de trabalho. Tempos estes que não se tinha a estrutura ou
as tecnologias de hoje. A organização, mobilização, e confecção de materiais
eram feitos com muita dificuldade e muitas vezes no improviso.

Pensar os 85 anos do
Sindicato é pensar em 85 anos de lutas em defesa dos direitos de várias
gerações de trabalhadores, de desafios enfrentados em diversas conjunturas, de
conquistas, de protagonismo e de muita resistência.

O breve resumo desta
história de 85 anos para nós, paranaenses e curitibanos, passa por vários
momentos que vão desde o enfrentamento à ditadura, passando pelas diversas
lutas em defesa dos nossos patrimônios públicos locais como o Banestado, a Copel
e também dos bancos públicos federais, que nos anos 1990 passaram por um forte
desmonte, com a clara intenção de entrega destes patrimônios à iniciativa
privada, cenário este que hoje se repete. Outro fato marcante neste período foi
a pujança, o ápice e a derrocada que nos afetou diretamente de um dos símbolos
empresariais mais fortes do nosso estado, o banco Bamerindus, que na época também foi
arrastado pelos ventos neoliberais dos anos 1990.

Relatos de militantes que enfrentaram a
ditadura em seu auge nas décadas de 1960/1970 dão conta que o Sindicato dos Bancários
de Curitiba e regão foi um QG principal de resistência ao regime na época, período onde
muito dos dirigentes sindicais bancários ou de outras categorias eram
sistematicamente presos e os materiais da entidade censurados ou recolhidos. 

Época esta que o fato de levantar qualquer bandeira em defesa dos interesses
dos trabalhadores era pretexto para ser taxado de comunista ou esquerdista e também como motivação de prisões arbitrárias, pois contrariavam os interesses
capitalistas, empresariais e do regime de plantão. 

A reação e o enfrentamento
da nossa entidade neste período sempre nos deixou muito claro que temos lado, e
que nunca foi de uma pessoa ou de um
partido, mas sempre o lado dos trabalhadores ou de projetos que interessem à
classe trabalhadora, nisso nunca
transigimos. 

Não obstante vários historiadores dizerem que a atual crise
institucional ser pior que a ditadura militar, esta avaliação fica subestimada,
pois se hoje o maior prejuízo é nos direitos seculares conquistados, na
ditadura militar, muitos que ousaram reagir pagaram com prisões ou com suas
vidas. Esta é a riqueza da nossa história, pois nossa entidade nunca se ateve a
lutar tão somente pelas causas da categoria, a qual se dedica com prioridade,
mas sempre esteve à frente de todas as lutas que envolvem os interesses de toda
a sociedade, pois aquilo que afeta as demais categorias ou seguimentos, também
nos afeta diretamente.

Quando fazemos todas as
lutas de interesse da sociedade sem esquecer-se dos nossos interesses imediatos
enquanto categoria, é preciso relembrar que nestas oito décadas e meia, o nosso
Sindicato tem tido um papel de protagonismo e de reconhecimento nacional em todas
as lutas da categoria que resultaram em várias conquistas, sendo a nossa Convenção Coletiva de Trabalho, a única de abrangência nacional, que contempla vários ganhos como, por
exemplo: o fim do trabalho aos sábados, a jornada de seis horas, os vales e
auxílios refeição e alimentação, a PLR, entre tantos outros ganhos que não
vieram de graça, mas foram conquistados no decorrer desta história. Além deste
reconhecimento nacional, em nossa cidade e região somos reconhecidos pela
sociedade e demais categorias como um sindicato bastante atuante.

Outrossim, é impossível
recordar a trajetória de lutas e de conquistas do nosso Sindicato sem
reconhecer o papel e a importância da participação da mulher nesta história;
basta pesquisar os registros, os arquivos e os acervos, tanto de documentos como
de fotos, para constatar a presença constante da mulher em todas lutas da nossa
categoria e da nossa entidade, na maioria das vezes na frente puxando as
mobilizações.

Para constatar: se idade
conta como experiência ou capacidade para resistir e para defender seus
interesses, comparativamente à maioria dos bancos, com algumas exceções
principalmente de bancos públicos, temos mais tempo de existência e
consequentemente mais preparo para defender os nossos interesses enquanto
classe trabalhadora.

Por fim, o mais
importante é saber que nestes 85 anos, várias gerações tiveram no Sindicato o
seu instrumento de luta e de reação contra toda e qualquer exploração ou
injustiça, e com a participação ativa da nossa categoria continuaremos
resistindo.

Vida longa ao nosso
Sindicato, vida longa à classe trabalhadora!


Elias Jordão, presidente reeleito do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, durante ato no Bradesco Palácio Avenida, em fevereiro de 2017. Foto: Joka Madruga/SEEB Curitiba

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