A administração do CSO decidiu fazer a mudança para dentro do Shopping Palladium às pressas, justamente na semana que antecedeu a greve da categoria bancária. Os prazos da obra foram totalmente desrespeitados e a administração decidiu, de forma irresponsável, fazer a mudança com apenas um dos andares habitáveis e em meio às reformas.
Uma explícita tentativa de inibir a adesão dos funcionários à greve. Vale lembrar que a greve desse ano, mesmo com todas as dificuldades impostas pelos banqueiros e o governo, marcou um ciclo de 8 anos de consecutivos reajustes com ganhos reais, representando a correção dos índices inflacionários e um aumento de mais de 10% nos salários, comissões e cesta alimentação e a melhor regra de distribuição de PLR da categoria bancária (com mais de 14% de distribuição do lucro do BB). Tudo isso é fruto das greves!
Todavia, alguns dos senhores que administram o CSO fingem desconhecer esse fato. Usufruem, sem culpa ou vergonha, dos direitos conquistados nas greves, mas, ao mesmo tempo, promovem uma série de práticas para coagir e combater justamente os colegas que lutaram para conquistá-las, escancarando uma postura de servilismo diante à empresa e um grande cinismo.
A mudança para o Palladium não foi a única ação anti-greve. Nesse processo, houve uma série de ameaças, diretas ou veladas, para amedrontar os funcionários que queriam aderir à paralisação. Mas é inegável que a precipitação da saída do CSO do Champagnat foi a mais escandalosa e mal feita das ações dessa administração com essa finalidade.
Os administradores desta unidade esqueceram, ou ignoraram, que alocar com qualidade mais de 800 pessoas não se faz “nas coxas”. O respeito aos trabalhadores deveria ter suplantado a ânsia em querer prejudicar a greve.
Agora, quem “paga o pato” são os funcionários que estão tendo que trabalhar no Palladium. A dificuldade estrutural é evidente: mal cheiro, sujeira e poeira, entulhos nas escadas de incêndio, obras inacabadas, mesas por montar. Além do mais, as redes funcionam precariamente, falta de papel higiênico nos banheiros, as cozinhas estão sem estrutura, não há micro-ondas suficientes para aquecer o almoço e nem mesmo o pão estava chegando a todos. As filas se tornaram comuns na unidade, seja para usar o elevador, para entrar nas mini-cozinhas ou para disputar um copo de café.
A administração ainda prometeu que todos os funcionários teriam assegurado vagas no estacionamento do Shopping. Mas, agora, surpreendentemente, aqueles que solicitaram suas vagas no pós-greve estão com dificuldade.
Todos esses problemas seriam facilmente evitados se, nessa mudança, a prioridade fosse o respeito aos funcionários. Mas não foi! Esse processo demonstra o total descaso com o funcionalismo e um evidente problema de gestão no CSO.
Devido a essa postura conflituosa da administração, alguns gerentes estão se sentindo à vontade para adotar posturas completamente inadequadas contra o funcionalismo. Um dos gerentes de área chegou ao cúmulo de proibir os bancários de escovarem os dentes no horário de trabalho. Esse mesmo senhor também afirmou estar controlado com extremo rigor as pausas dos funcionários, proibindo intervalos para comer um pão, fumar um cigarro ou ir ao banheiro. Mas, contraditoriamente, obriga os funcionários a ficarem sistematicamente em reuniões fora de seus pontos.
A mudança para dentro do Shopping foi um grande atropelo. Porém, o que resta agora à direção do CSO é minimizar os problemas que causou, possibilitando o acesso às vagas, aumentando o efetivo de trabalhadores na limpeza, equipando as cozinhas e dando condições para o bem-estar dos funcionários.
Contudo, o mais importante é mudar sua postura de conflito com os trabalhadores e com o sindicato, iniciando por coibir as más condutas de alguns de seus gestores e respeitando o direito dos funcionários. Essa é a mudança que deve ser feita às pressas no CSO.