A Prefeitura de Curitiba anunciou que vai aumentar a tarifa do ônibus para um valor entre R$ 2,40 e R$ 2,90. O que justifica esse aumento?
Quem utiliza o transporte coletivo na cidade sabe que uma lata de sardinha faz inveja a qualquer ônibus nos horários de pico. Está insuportável! São mais de 1 milhão de pessoas que utilizam os ônibus em nossa cidade e o desrespeito é cotidiano. As pessoas, em sua esmagadora maioria, precisam do transporte coletivo para ir trabalhar ou ir à escola. E começam e terminam suas duras jornadas diárias sendo “premiadas” com um desgastante trajeto dentro de um ônibus lotado, sujo e com nenhuma segurança.
Mas, nessas épocas, não é a qualidade do serviço que é analisada para determinar o preço da tarifa. A Prefeitura justifica todos os aumentos com “planilhas”. Foi assim em janeiro de 2009, quando a tarifa passou de R$ 1,90 a 2,20, e será assim em 2011. “Planilhas” é um eufemismo para dizer “lucro” das empresas privadas que prestam serviço de transporte na cidade, que estão rindo à toa, junto às máfias que estão na URBS há décadas, por prestar um serviço ruim e assim mesmo ganharem muito dinheiro fácil.
Quem pôde abandonar o ônibus, o fez sem pensar muito! A facilidade de crédito para a aquisição de veículos ajudou nesse sentido. Mas o carro, para os trabalhadores, significa um custo fixo elevado. Além das prestações do financiamento, ainda tem o estacionamento, combustível, IPVA, seguro, manutenção, etc.
Um transporte público de qualidade, com mais linhas, mais frequência, ônibus mais limpos e com sua lotação respeitada, significaria um aumento de salário indireto para os trabalhadores. Além de aliviar o trânsito caótico da cidade.
Mas, se depender da Prefeitura e dos vereadores de situação de Curitiba, tudo vai continuar como está. Só a tarifa que vai aumentar.
O que nos cabe agora é protestar contra o aumento da tarifa e exigir um transporte coletivo efetivamente público e de qualidade. O abaixo assinado eletrônico que está circulando na internet é uma primeira iniciativa (http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7748), mas, logo, novas atividades e campanhas devem ser propostas, sendo importante a participação e adesão de todos. A pressão social é a única arma que temos.
Concluo dizendo que está na hora de olharmos para Curitiba e enxergarmos que a maioria do povo continua excluída da tal “cidade modelo”. O transporte coletivo é somente um dos sintomas dessa realidade. Cabe a nós escolhermos mudar!