O ano muda, mas a postura truculenta e inaceitável adotada pelo Bradesco contra os bancários continua a mesma. Em 2009, além de atravancar as negociações, o banco conseguiu ‘se destacar’ por ter sido o primeiro a recorrer à Justiça para privar seus trabalhadores do direito de greve, conseguindo um interdito proibitório contra o Sindicato dos Bancários que previa uma multa de R$90 mil dia/por unidade. Em 2010, a intransigência se repete.
Já no primeiro dia de greve, o Bradesco chamou a polícia para intervir na mobilização da categoria e entrou na justiça com um interdito proibitório contra o Sindicato, que foi acatado pela 12ª Vara do Trabalho de Curitiba. “Este é um mecanismo utilizado para reintegração de posse principalmente na questão agrária, quando a propriedade está ameaçada. Mas os banqueiros “aperfeiçoaram” a ação para coibir a greve”, conta Ademir Vidolin, da assessoria jurídica do Sindicato. O banco alega que os bancários estão tendo atitudes de vandalismo, e, portanto, colocando a propriedade em risco. Tal afirmação não procede, já que os trabalhadores ficam do lado de fora das agências.
De acordo com tal interdito, todas as agências da base territorial de Curitiba teriam de ser reabertas, com punição de R$10 mil/dia caso a decisão não for cumprida. “Mas a juíza de Curitiba não tem autonomia para decidir quanto às agências da região metropolitana, ela extrapolou sua autoridade”, explica Ademir. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região entra, nesta tarde, com um mandado de segurança alegando que o interdito viola o direito de greve do trabalhador.