DEMISSÕES CONSTANTES E FALTA DE EFETIVIDADE NAS NEGOCIAÇÕES ESPECÍFICAS MOTIVAM MOBILIZAÇÃO NACIONAL
Nesta quarta-feira, 21 de dezembro, representantes dos bancários de todo o país estiveram em Curitiba, sede brasileira do HSBC, para protestar contra as demissões constantes e a falta de efetividade nas negociações específicas com o banco. Os dirigentes sindicais se concentraram, à partir das 7h, no Centro Administrativo HSBC Vila Hauer, que teve a abertura dos portões retardada. Apesar do maior número de desligamentos se concentrarem na capital paranaense – somente em 2011, já totalizam 650 demissões –, o HSBC adota como prática em todo o Brasil descartar seus funcionários com frequência. “Está cada vez mais evidente a insatisfação dos trabalhadores com as péssimas condições de trabalho impostas pelo banco”, destaca Carlos Alberto Kanak, coordenador nacional da COE/HSBC e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
Papai Noel – Além dos representantes nacionais, o ato contou com a presença ilustre do Papai Noel, que chegou ao local utilizando máscara de gás. O bom velhinho ficou preocupado com as notícias que saíram na imprensa sobre a intoxicação dos bancários no Centro Administrativo (leia mais aqui) e foi preparado. Trouxe consigo dois sacos de presentes: no primeiro, estavam as “maldades” praticadas pelo HSBC, como demissões, assédio moral, desrespeito com os trabalhadores, remuneração injusta e desvalorização, entre outros; no outro saco estavam os verdadeiros presentes que o banco poderia dar aos seus funcionários, pacotes simbolizando respeito, dignidade, remuneração justa, plano de previdência complementar e, principalmente, efetividade nas negociações. “Vamos aproveitar este momento para refletir sobre a solidariedade de classe. Somente unidos e mobilizados os bancários terão mais chances de alcançar as conquistas merecidas”, conclamou o Papai Noel.
Participantes – Após a visita do bom velhinho, dirigentes de todo o Brasil se pronunciaram, convocando os bancários para a luta coletiva.
O dirigente do Sindicato dos bancários de Curitiba e região, Claudi Naizer, trabalhador no HSBC e representante eleito na SA 8000, cobrou da direção do HSBC um pronunciamento oficial sobre as causas da intoxicação ocorrida em novembro e o posicionamento do banco com relação à abertura das CAT.
O representante do Sindicato dos Bancários da Bahia, Elder Fontes Perez, comparou a situação dos trabalhadores curitibanos com os baianos, e também do país todo, ressaltando a pressão a que os bancários são submetidos para o cumprimento das metas, além das demissões e dos pedidos de desligamento.
O dirigente do Sindicato dos Bancários de Dourados e representante da FETEC-Centro Norte, José Carlos Roque, também se solidarizou com os bancários de Curitiba, conclamando a todos para a luta, já que se trata de um momento de necessidade de união.
Rubens Branquinho, dirigente da FEEB/Rio de Janeiro e Espírito Santo, lembrou que o HSBC costuma divulgar seu balanço financeiro com ajustes, que acabam refletindo em um pagamento injusto da PPR/PSV/PLR. Ele também cobrou que o banco não compense a PLR dos programas próprios.
O representante do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Marcelo Rodrigues, destacou o agravamento das más condições de saúde e do adoecimento entre os bancários do HSBC.
Liliane Fiuza, dirigente do Sindicato dos bancários de São Paulo, ressaltou que o banco não tem valorizado seus funcionários com remuneração justa, descartando os trabalhadores imotivadamente. Ela questionou ainda como o HSBC pode querer ser a melhor empresa pra se trabalhar, se demite trabalhadores sem motivo e não remunera adequadamente.
O representante da FETEC-CUT-PR, Deonísio Schimidt, lembrou que a COE/HSBC tem um calendário de lutas e que é preciso intensificar as ações sindicais, no sentido de cobrar do HSBC uma solução imediata sobre o programa de remuneração variável.
Sérgio Ricardo Siqueira, representante da Contraf-CUT, destacou as ações da Confederação e da Rede Global Bancária com relação a postura do HSBC na América Latina.
O coordenador nacional da COE/HSBC, Carlos Alberto Kanak, do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, falou sobre a jornada internacional de lutas e que os Sindicatos exijam que a direção do banco cesse as demissões, respeite e valorize os trabalhadores bancários do Brasil.
Por fim, Elias Jordão, presidente da FETEC-CUT-PR, destacou a importância da unidade da categoria, já que o HSBC tem a prática de dificultar as negociações. Por isso, ele conclamou os bancários a se mobilizarem, visto que a postura do banco aponta para um cenário de muita luta pela frente.