BANCÁRIOS QUEREM O FIM DAS DEMISSÕES, COM MAIS CONTRATAÇÕES E RESPEITO ÀS RELAÇÕES DE TRABALHO
Bancários do HSBC realizam nesta quinta-feira, 18 de abril, um Dia Nacional de Lutas, paralisando por 24h o trabalho em agências de todo Brasil. Os trabalhadores lutam contra as demissões, o assédio moral, a pressão pelo cumprimento de metas abusivas e o desrespeito do banco aos direitos da categoria. Em Curitiba, são 26 agências fechadas mais o Centro Administrativo Palácio Avenida. Em todo Paraná, na base da Fetec-CUT-PR, são 48 agências fechadas (22 no interior). O autoatendimento funciona normalmente.
Apesar de ter lucrado R$1,225 bilhão em 2012, o HSBC Brasil fechou 946 postos de trabalho em 2012. Diante da alta lucratividade, esta quantidade de demissões é inadmissível. “É a prova de que a rotatividade, vinculada à terceirização, vem crescendo ano a ano, precarizando o emprego”, afirma Carlos Kanak, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE/HSBC).
Plano de Saúde – O HSBC anunciou mudanças no plano de saúde que prejudicaram todos os funcionários do banco, ativos e aposentados. Além dos reajustes que encarecerão o custo dos trabalhadores, o banco está criando uma nova divisão entre os bancários: os que são beneficiados pela Lei Federal nº 9.656/98 e têm direito à manutenção do plano de saúde (seis meses a dois anos) em caso de demissão sem justa causa por contribuírem mensalmente, e os que não terão a chance de contribuir e, por isso, não poderão usufruir da manutenção para além do que determina a convenção coletiva (máximo de 270 dias).
O banco afirmou que não está mais disponível para negociar tais alterações.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região entrou com ação judicial com pedido de tutela antecipada, visando obter acesso às informações referentes ao plano de saúde, como contratos e custos.
Envolvimento em crimes – Em 2012, o HSBC foi protagonista de escândalos que repercutiram no mundo todo. O banco foi investigado pelo Senado americano, sendo acusado de envolvimento na lavagem de dinheiro para cartéis de tráfico de drogas. O HSBC foi multado em U$1,9 bilhão de dólares.
Em fevereiro de 2013, a Argentina também denunciou o banco inglês por lavagem de dinheiro de bilhões de dólares e sonegação de impostos.
"Não podemos ficar calados diante de tantos problemas. O HSBC continua não falorizando seus trabalhadores, explora a população com altas taxas de juros e serviços má qualidade, não pune seus executivos por má gestão e penaliza o funcionalismo com a política de demissão, de pressão para atingir metas e remuneração injusta", conclui Carlos Kanak.