NO PRIMEIRO DIA, REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES DEBATERAM A IMPORTÂNCIA DA UNIDADE NACIONAL
No mesmo dia em que o HSBC anunciou o corte de 14.000 empregos no próximo triênio (leia aqui), dirigentes sindicais de todo o Brasil se reuniram em Curitiba para debater as estratégias de luta e definir as reivindicações específicas dos trabalhadores do banco inglês. Trata-se do Encontro Nacional de Funcionários do HSBC, que acontece nos dias 15, 16 e 17 de maio na capital paranaense e conta com a participação de quase cem representantes dos bancários do país todo.
Na abertura, realizada na tarde do dia 15, no Espaço Cultural e Esportivo do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, os participantes ressaltaram a importância da unidade nacional e de se repensar as formas de mobilização. “O anúncio realizado hoje pelo HSBC, que pretende reduzir de 254 mil para 240 mil empregados no mundo até 2016, é mais um alerta para que reforcemos a unidade dos trabalhadores”, destacou Elias Jordão, presidente da Fetec-CUT-PR. “A grande expectativa deste encontro é atualizar a pauta de reivindicações específicas e debater um novo plano de lutas, pois não precisamos fazer mais do mesmo. É preciso pensar diferente!”, completou Miguel Pereira, diretor da Contraf-CUT.
A mesa de abertura foi formada pelo vice-presidente da CUT-PR, Márcio Kieller, o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, o presidente da Fetec-CUT-PR, Elias Jordão, o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, Carlos Kanak, a secretária de formação da Fetec Centro-Norte, Sônia Rocha, e a representante da regional PACTU da Fetec-CUT-PR, Ana Paula Lorini.
Conjuntura – Ainda durante a abertura, a economista Viviam Rodrigues, da subseção da Contraf-CUT do Dieese, fez uma apresentação sobre a conjuntura econômica geral e do setor financeiro. Ela começou destacando o baixo crescimento do PIB brasileiro no último ano e listou as medidas adotadas pelo governo para conter a inflação.
Ao tratar do momento atual no setor bancário, a economista ressaltou que, apesar da baixa inadimplência, as despesas com Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) cresceram 19% entre os principais bancos. As instituições financeiras também têm compensado as perdas com a queda dos juros através das receitas com tarifas e prestações de serviço. Em resumo, a conjuntura do setor está marcada pela restrição ao crédito privado, por demissões de trabalhadores na busca pela melhora da eficiência e pela recomposição das perdas através de receitas.
Confira aqui a apresentação do Dieese sobre o HSBC.
Após a apresentação, os dirigentes sindicais realizaram um amplo debate, denunciando as fraudes e ilegalidades cometidas pelo HSBC no mundo, criticando a proliferação de correspondentes bancários e a precarização do atendimento aos clientes, alertando para as ameaças do projeto de lei (PL) 4.330 de terceirização e enfatizando os problemas enfrentados pelos trabalhadores do banco – como as demissões, a rotatividade, o corte de empregos e a piora das condições de trabalho, sobretudo, diante das metas abusivas, do assédio moral e do adoecimento de funcionários.
Encontro continua – O Encontro Nacional de Funcionários do HSBC continua nestas quinta (16) e sexta-feira (16), no Hotel Del Rey (Rua Ermelindo de Leão, 18, Curitiba) com exposições da Contraf-CUT sobre a organização dos bancários e as ameaças do projeto de terceirização no Congresso Nacional. Haverá também grupos de trabalho sobre três grandes temas: 1) emprego; 2) remuneração; e 3) saúde e condições de trabalho. Ao final, será realizada uma plenária para a aprovação da pauta específica de reivindicações dos funcionários e do plano de mobilização.
Reunião – Nesta quinta-feira (16), acontece também a reunião de negociação entre o movimento sindical e o diretor de Recursos Humanos do HSBC João Rached, quando o banco apresentará uma proposta para os temas pendentes. A agenda é fruto de uma mobilização realizada em Curitiba, no dia 02 de maio, quando ficaram fechados os Centros Administrativos HSBC Xaxim, Hauer e Kennedy.