NOS DOIS DIAS FINAIS DO ENCONTRO NACIONAL, DEBATES SE CONCENTRARAM NOS EIXOS EMPREGO, REMUNERAÇÃO E SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHO
Após a análise de conjuntura do Dieese e o debate entre os dirigentes sindicais (leia mais aqui), o Encontro Nacional dos Funcionários do HSBC continuou na quinta-feira, 16 de maio, no Hotel Del Rey, em Curitiba, com a presença do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. A direção da Confederação retomou as discussões enfatizando a importância da realização do Encontro como um fórum de debate das questões específicas e um espaço de organização da luta unificada.
Ainda pela manhã, o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, fez uma apresentação expondo o funcionamento das Comissões de Organização dos Empregados (COEs) e como a Confederação pretende organizar e orientar suas atuações daqui para frente. A Assessoria Jurídica do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região também esteve no Encontro para prestar esclarecimentos sobre a medida cautelar que determina que o HSBC apresente documentos referentes às mudanças realizadas no Plano de Saúde dos funcionários. A Assessoria também informou sobre o andamento da ação judicial sobre a investigação confidencial contratada pelo banco inglês (veja aqui).
O secretário de Finanças do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Aparecido Moreira, também informou sobre uma ação juducual movida pela entidade, que questiona o Programa Próprio de Remuneração do HSBC.
Eixos de trabalho – Após as apresentações, a coordenação do Encontro Nacional definiu a organização dos debates em três eixos principais: 1) emprego; 2) remuneração; e 3) saúde e condições de trabalho. No eixo Emprego, foram abordados os temas contratações e terceirização. Em Remuneração, os dirigentes debateram Participação nos Lucros e Resultados (PLR), Programa Próprio de Remuneração (PPR), Plano de Cargos e Salários, Plano de Previdência Complementar e igualdade. Já em Saúde e Condições de Trabalho, foram discutidos metas, assédio moral e Plano de Saúde. Em todos os eixos foram abordadas ainda as estratégias de mobilização e a importância da construção de um plano de lutas nacional.
Reunião com HSBC – Na tarde da quinta-feira (16), aconteceu ainda uma reunião entre o movimento sindical e a direção do HSBC, no Palácio Avenida, em Curitiba. Apesar das expectativas de que o banco apresentasse uma proposta para os temas pendentes, os bancários foram novamente frustrados. Diante das cobranças da falta de efetividade nas negociações e de todos os problemas enfrentados pelos funcionários – demissões, alta rotatividade, terceirização, pressão pelo atingimento de metas e qualidade na prestação de serviços, entre outros –, mais uma vez, o HSBC se colocou na defensiva e alegou que irá aguardar a minuta de reivindicações específicas aprovada no Encontro Nacional para estabelecer negociação.
Participaram da reunião os diretores de Recursos Humanos do HSBC João Rached e Vera Saicali e o diretor de Relações Sindicais Gilmar Lepchak. Representando os trabalhadores, estavam o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, o secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Alan Patrício Menezes Silva, o presidente da Fetec-CUT-PR, Elias Jordão, o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, e o coordenador nacional da COE/HSBC, Carlos Alberto Kanak.
“Novamente, o HSBC frustra seus funcionários ao afirmar que não há possibilidade de avanços nas questões apresentadas. O que nos leva a reforçar a organização nacional”, conclui Kanak.
Propostas – O último dia do Encontro Nacional dos Funcionários do HSBC, nesta sexta-feira, 17 de maio, foi marcado pela plenária de encerramento, quando foi apresentado o relatório final das propostas debatidas e referendada a minuta de reinvindicações específicas. Os participantes também aprovaram uma moção de repúdio à direção da Associação Brasil (AB), em virtude das demissões ocorridas.
1) Emprego: o tema de maior prioridade para os bancários do HSBC é o emprego, com mais contratações (principalmente para as agências), desenvolvimento de ações para proteção do emprego, fim da rotatividade e das demissões imotivadas, a ratificação da Convenção 158 da OIT, combate a terceirização (sendo contrários a aprovação do Projeto de Lei 4.330) e denúncia da precarização junto aos órgãos governamentais e a sociedade.
2) Remuneração: o encontro propôs a construção e negociação de um Plano de Cargos e Salários (PCCS), questionar judicialmente o Programa de Remuneração Variável do banco (PPR), exigir o fim da multifuncionalidade, combatendo os desvios e acúmulos de função, divulgar os prazos para adesão ao atual Plano de Previdência, buscando o mesmo percentual para todos (isonomia), e lutar pela igualdade de oportunidades.
3) Saúde e Condições de Trabalho: embora a questão do emprego tenha impacto direto nas condições de trabalho, faltam funcionários nas agências e a pressão é cada vez maior, gerando adoecimento. As propostas são: dar continuidade às ações judiciais referentes ao Plano de Saúde, combater as práticas de assédio moral (exigindo fim das teles), impedir a imposição de metas para setores de retaguarda (como os caixas) e pautar o atendimento odontológico visto que em algumas regiões do Brasil está havendo descredenciamento de profissionais.
Ato Nacional – A partir das 12h, os dirigentes sindicais se concentraram em frente ao Palácio Avenida para a realização de um ato em protesto à política de recursos humanos adotada pelo HSBC no Brasil. Além disso, os bancários reforçaram que menos funcionários nas agências significa piora na qualidade dos serviçoes prestados pela banco. Nas demais falas, os representantes dos trabalhadores de todo o país mostraram sua insatisfação e indignação com as demissões, a desvalorização dos bancários, a remuneração injusta e a retaliação aos funcionários, entre outros temas.