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Trabalhadores do Bradesco que estão em casa e não estão em teletrabalho serão colocados em férias

A coordenação do Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Organização dos Empregados (COE/Bradesco) se reuniram, na tarde de sexta-feira, 17 de abril, com representantes da direção do banco para discutir a situação dos bancários durante a pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). O principal ponto da pauta, reivindicada pelo movimento sindical, foi o questionamento sobre os trabalhadores que estão em casa e não estão em teletrabalho, como os do grupo de risco, cujas atividades profissionais não podem ser feitas de casa.

Foi definido que eles entrarão de férias junto com áreas do banco que estão inativas ou que as atividades caíram muito, como financiamento de carros, que serão envolvidas em maior número. A COE/Bradesco reivindicou que as férias sejam iniciadas em maio e que os trabalhadores sejam avisados com alguns dias de antecedência. Foi informado pelo banco que serão utilizadas as férias vencidas, o saldo de férias vencidas e os períodos aquisitivos a vencer. Até a semana que vem, as diretorias regionais vão divulgar o mapeamento do quantitativo elegível às férias.

A COE/Bradesco reivindicou não utilizar todo o saldo de férias para que o trabalhador tenha um período de descanso no pós-pandemia. O banco se comprometeu a usar, no máximo, 20 dias de férias. A Comissão também solicitou que seja assinado um acordo sobre esta negociação referente as férias na próxima semana. O banco ficou de confirmar a data. “Nossa preocupação é garantir a saúde dos bancários; junto com os empregos e salários. Negociamos o máximo de pessoas possível em teletrabalho, mas para algumas atividades ainda não foi possível”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional.

A COE/Bradesco reivindica ao banco buscar atividades que possam ampliar o teletrabalho, inclusive para as pessoas que estão em casa sem trabalhar, para que as férias não sejam a única opção. O banco irá estudar a reivindicação. As férias individuais dos funcionários que estão trabalhando, seguem o cronograma normal. A Comissão questionou quanto ao pagamento de 1/3 das férias e o Bradesco respondeu que fará o pagamento na folha de maio.

Outras reivindicações
Os representantes dos trabalhadores levaram denúncias sobre o congestionamento do Lig Viva Bem, canal de contato dos bancários com o banco, principalmente, referente ao novo Coronavírus. O Bradesco irá reforçar o trabalho para evitar o congestionamento e deu como alternativa o telefone para tirar dúvidas sobre o Coronavírus: 0800-941-63-61.

A COE/Bradesco e o Comando Nacional reforçaram a preocupação sobre o funcionamento dos PABs em hospitais e cobraram o fechamento, devido ao alto índice de profissionais de saúde e trabalhadores de hospitais contaminados. O banco tem estudado caso a caso e analisará a questão para dar um retorno à representação dos trabalhadores. 

O movimento sindical ainda cobrou o reforço da orientação aos regionais e gestores para que não cobrem metas de suas áreas, agências e funcionários. "O banco deve estar voltado para a segurança dos bancários e da população. E deve encontrar formas de amenizar a situação atual, pois o que para alguns se mostra como uma oportunidade para muitos outros pode representar a morte", avalia Cristiane Zacarias, representante do Paraná na COE/Bradesco. 

Histórico
Desde o início da pandemia, os trabalhadores conquistaram com negociação, o afastamento dos pertencentes ao grupo de risco – alguns estão em casa há mais de um mês – , o uso da máscara de acetato, o rodízio dos funcionários, a distribuição do material de higiene pessoal, como álcool gel, o distanciamento entre os funcionários no local de trabalho de dois metros, a não demissão durante a pandemia e a marcação no auto atendimento e na agência do distanciamento entre os clientes, entre outras. “É importante a gente manter esse canal de diálogo para fazermos o possível e o impossível em busca das melhores soluções para os trabalhadores do banco. Este é o momento de nos unirmos para enfrentarmos esse inimigo comum”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da COE/Bradesco.

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