Os bancários de todo o país estão desde o final de março sob condições de trabalho diferenciadas, adequadas emergencialmente ao contexto da pandemia de COVID-19, em regime de rodízio entre home office e atendimento presencial nas agências. No caso do Bradesco, por conta de negociação entre os sindicatos e o banco, que garantiu a possibilidade de realização de testes em massa para coronavírus, o trabalho também oscila entre fechamento e reabertura das agências, para medidas de sanitização e isolamento social, em caso de confirmações.
E é nesse contexto, que os dirigentes sindicais do Bradesco de todo Brasil se reuniram na última terça-feira, 14 de julho, e definiram como reivindicações prioritárias específicas a defesa do emprego, saúde e condições de trabalho. O Encontro Nacional dos funcionários do Bradesco é preparatório para a 22ª Conferência Nacional dos Bancários, que começa na próxima sexta, 17 de julho, realizada virtualmente e vai definir a minuta de reivindicações para a campanha salarial.
A data-base dos bancários é 1º de setembro, quando encerra a vigência da atual Convenção Coletiva de Trabalho, pois a ultratividade, garantia de extensão dos termos da CCT até a assinatura de nova convenção, foi extinta na Reforma Trabalhista de 2017 e vetada pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada, quando sancionou a lei da MP 936, que regulamenta especificidades das relações do trabalho formal nesse contexto de pandemia.
“É momento de valorizar os bancários, que estão expostos diariamente, atendendo às reivindicações que serão apresentadas ao Bradesco. A pauta tem prioridade no emprego, saúde e condições de trabalho”, afirma Karla Huning, representante do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários, Financiários e Empresas do Ramo Financeiro de Curitiba e região e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná na Comissão de Empregados do Bradesco.
Pauta específica
A pauta específica, definida na reunião virtual, que será apresentada ao RH do Bradesco, como prioridades desta campanha salarial foi definida com os seguintes itens: garantia da mesa única de negociação; garantia de emprego; defesa da CCT; defesa das empresas públicas; regulamentação do teletrabalho.
Outros pontos relevantes ganharam destaque nos debates: auxílio-educação; parcelamento do adiantamento de férias; vale cultura no valor de R$ 153,91; guarda de chaves somente no carro forte; reembolso de gasto de transporte por aplicativos em até 24 horas; liberdade de identidade visual (uso de barba); liberação do uso de gravata nos call centers; aplicação da menor taxa de mercado para empréstimo para funcionários.
“Estes temas são complementares à pauta que é debatida com a Fenaban e serão apresentados diretamente ao RH do Bradesco”, explica Karla. “Em relação à regulamentação do teletrabalho, ganharam destaque as questões que envolvem ergonomia para um ambiente seguro, mecanismos de controle de jornada, não cobrança de metas e ajuda de custo para despesas relativas ao trabalho”, finaliza.
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