A Central Única dos Trabalhadores (CUT Paraná), demais centrais sindicais e os movimentos sociais realizaram, na manhã desta terça-feira, 21 de março, um ato em frente ao Banco Central (BC) de Curitiba, na Avenida Cândido de Abreu, 344. O protesto, que aconteceu simultaneamente em todo o País, reivindicou a queda da taxa básica de juros (Selic) praticada pelo BC, que atualmente está em 13,75% ao ano, e a democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Vale lembrar que o Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a partir de hoje, deve anunciar amanhã, 22 de março, o valor da taxa Selic que será praticada nos próximos 45 dias.
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Para o movimento sindical, uma taxa de juros no patamar que tem sido praticada no Brasil paralisa a economia e impede o país de crescer e gerar emprego decente, distribuir renda e facilitar o acesso ao crédito. Além disso, o Carf precisa ser democratizado, ter participação popular para reduzir sonegação de empresas e aplicar os recursos em investimentos em áreas como saúde, educação, infraestrutura e programas sociais, como o Bolsa Família. Por fim, os representantes dos trabalhadores defendem a saída de Campos Neto, atual presidente do Banco Central, por entender que a política econômica praticada por ele saiu derrotada das urnas nas últimas eleições.
Confira como foi a live realizada pela CUT Brasil:
Representantes dos trabalhadores
Durante o ato em Curitiba, representantes dos trabalhadores discursaram sobre as reivindicações. “Precisamos ampliar o debate sobre a taxa de juros para toda a sociedade, pois precisamos que a população entenda que uma Selic de 13,75% só privilegia o capital especulativo, retirando o dinheiro da produção e alocando-o na especulação. Com isso, os beneficiados são somente os banqueiros e os grandes investidores”, explicou Antônio Fermino, presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região. “Precisamos destacar que o projeto político-econômico que venceu as urnas em 2022 é aquele que vai investir na produção, na geração de emprego e na distribuição de renda, o que é incompatível com o que a atual administração do BC vem fazendo”, acrescentou.
“É muito importante estarmos aqui, hoje, questionando essa política econômica de juros praticada pelo BC, em que vemos uma taxa de juros estabelecida de forma totalmente fora da realidade brasileira e mundial, sem nenhuma justificativa técnica”, afirmou o economista do Dieese, Sandro Silva. “Pois, no Brasil, nós não estamos vivenciando uma inflação de demanda, com alta taxa e consumo. O que temos é uma inflação de oferta, fruto da desorganização econômica, gerada pela pandemia, mas também pela falta de políticas públicas do governo Bolsonaro, principalmente no setor agrícola e com relação ao preço dos combustíveis”, acrescentou.
Já o presidente da Fetec-CUT-PR, Deonísio Schmidt, reiterou que Bolsonaro e sua política neoliberal foram derrotados nas urnas em outubro de 2022. “Portanto, está claro que o que o povo quer é desenvolvimento social, comida na mesa, emprego, investimentos em saúde e educação. E para que isso aconteça, é preciso reduzir urgentemente a taxa de juros!”, disse. “O Copom se reúne hoje a tarde, para fazer a discussão sobre a Selic e, por isso, nós estamos nas ruas lutando pelos direitos da classe trabalhadora. Pois este governo é um governo de todos e todas e, por isso, deve dialogar com os trabalhadores e as trabalhadoras!”, finalizou Márcio Kieller, presidente da CUT Paraná.
Também participaram do ato representantes da CTB, Contraf-CUT, APP Sindicato, Sindipetro PR/SC, Frente Feminista, UJS, Sintracon Curitiba, Asincra, Sina, Sindiquímica-PR, Sinprosmat, Sindiurbano, SindiPD-Paraná, Sindiedutec, Juventude do PT- Almirante Tamandaré, PCO, PT Curitiba, Casa da Resistência, Instituto Alice Quintilhano, Comitês Populares de Luta, Federação de Mulheres do Paraná, além dos mandatos das vereadoras Professora Josete, Mandata Preta, da deputada estadual Ana Júlia e do deputado federal Tadeu Veneri.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região