Desde o comunicado sobre o processo de reestruturação da rede nacional de agências, chamado de Multicanalidade, feito pelo Santander em 22 de janeiro, diversos trabalhadores têm procurado o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região para relatar suas preocupações com as mudanças.
“Observamos que todos os bancários estão sendo afetados pela reestruturação! Aqueles que não estarão mais nas agências estão apreensivos por não saber como será a nova rotina. Aqueles que permanecem estão enfrentando a sobrecarga e o acúmulo de trabalho, além das diversas reclamações dos clientes de que o atendimento está ruim e demorado”, relata a dirigente sindical Lilian Graboski. “Sabemos também que as mudanças irão impactar diretamente na remuneração variável dos funcionários da agência. Por fim, ainda resta o medo da demissão e do fechamento de unidades que toda reestruturação pode gerar”, completa o dirigente sindical de base André Luiz Rannov Werle.
Segundo o que informou o banco, a partir de agora, os gerentes Van Gogh e os gerentes de Empresa não frequentarão mais as agências. Os gerentes de Empresa passarão a maior parte do tempo visitando seus clientes e os Van Gogh farão visitas e atendimentos pela plataforma digital. Já o cliente que optar pelo atendimento presencial será recebido nas agências pelo Gerente de Negócios e Serviços (GNS) ou pelo Líder da agência.
Houve também uma mudança na carteira de clientes. A divisão foi feita baseada num diâmetro de cinco quilômetros da residência de cada um. A justificativa do banco é que o cenário do sistema financeiro está sendo reconfigurado, devido a mudança do perfil dos clientes e dos meios de pagamento. “Outro ponto de tensão é que se tem falado no ‘acompanhamento em tempo real’ para aqueles que estarão realizando visitas, o que deixa muitos funcionários incomodados e se sentindo privados de sua liberdade e privacidade”, pontua o dirigente sindical de base Bernardo Carlos Pacheco.
COE negocia melhorias
No dia 06 de fevereiro, a Comissão de Organização dos Empregados (COE/Santander) se reuniu com a direção do banco para cobrar explicações sobre o processo de reestruturação. Entre os diversos pontos de preocupação apresentados, o primeiro é a falta de treinamento dos GNS, que ficarão sobrecarregados ao ter que atender pessoas física e jurídica na agência. Quanto aos gerentes Van Gogh e Empresas, o movimento sindical questionou as condições de segurança destes trabalhadores, bem como o fornecimento de estrutura e equipamentos para a realização do trabalho.
Uma nova reunião de negociação foi realizada no dia 22 de fevereiro, quando o Santander se comprometeu a atender duas das reivindicações dos representantes dos trabalhadores. Uma delas é a mudança de logística da utilização do Uber: o trabalhador vai poder utilizar o serviço num raio de 5 quilômetros da sua casa e não mais da agência, o que irá permitir o retorno à sua residência. Outra é o fornecimento de mochilas para carregar os equipamentos de trabalho a todos que quiserem, até o final de abril.
O banco ficou ainda de trazer novas respostas sobre a saúde e as condições de trabalho dos funcionários impactados pela reestruturação na próxima reunião, que será realizada no mês de março.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região