Sindicato convidou filósofo Edson Bagnara, assentado da coordenação estadual do MST, para avaliar conjuntura do Brasil.
A mesa de conjuntura da 13ª Conferência Regional dos Bancários, realizada na manhã do último sábado, 13 de abril, teve a participação do filósofo Edson Bagnara, que apresentou uma análise a partir do olhar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre o capitalismo através de quatro momentos: a movimentação estrutural do capitalismo; a condição da classe trabalhadora nessa movimentação; a situação política do Brasil atual; e ideias e tarefas para os movimentos social e sindical.
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Sob essa ótica, a crise atual do capitalismo, que é o modelo de sociedade pensado a partir do lucro e da expropriação do trabalho, está vivendo o problema central da super acumulação de capital nas mãos de poucas pessoas, que possuem poder financeiro maior que o próprio Estado. Nesse sentido, os super ricos interferem nos países, controlando a economia através da financeirização e da necessidade de materializar esse capital volátil financeiro em bens palpáveis, gerando instabilidade na sociedade.
Num contexto mais amplo, a atual crise do capitalismo também ocorre num cenário de esgotamento do planeta, com a poluição, os desmatamentos, o aquecimento global. Então, para manter o controle, o capitalismo investe em conflitos e extremismos. “O capital precisa dos loucos que geram guerras para manter o controle”, afirma. As pessoas não conseguem se organizar para o enfrentamento porque no sistema capitalista há a dimensão do individualismo se sobrepondo ao coletivo.
Portanto, considerando que o movimento histórico do capital é se expandir sobre a natureza para se livrar de crises e que a natureza está em seu esgotamento, as guerras são a outra solução. Internacionalmente, a centralidade da última palavra, que até então estava globalmente com os Estados Unidos, atualmente está em disputa, com o crescimento da China e a recomposição militar da Rússia, na avaliação do MST, dentro do sistema capitalista, uma briga entre capitais.
A classe trabalhadora, nesse cenário, não tem força nesse momento para reagir, pois está dividida, egocêntrica, com cada um em seu próprio mundo, e só consegue se unir para defender salário, com uma tendência de aumento da precarização de direitos e nenhum indicativo de melhora, em que não busca mais a transformação da realidade.
Bagnara então situou a história recente do Brasil, desde o golpe contra a Dilma até a recente tentativa de novo golpe na transição do governo Bolsonaro para o governo Lula 3 e sobre como a classe trabalhadora parece estar inerte aguardando as melhorias no país, sem considerar a correlação de forçar pelo poder. Para o representante do MST, não se pode olhar só voto e eleição, é preciso pensar num projeto de sociedade e que todos se enxerguem como classe trabalhadora para além das categorias profissionais. “A falta de projeto (de país) causa desorientação e apagão ideológico nos movimentos sociais e sindicais”, avalia. “A luta de classes tem que ser o centro do debate”, finaliza.
Após o término das mesas da parte da manhã, durante a tarde foram realizados os debates temáticos para a construção de propostas para a minuta de reivindicações da categoria bancária.
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Autor: Fotos: Joka Madruga/SEEB Curitiba | Fonte: Sindicato dos Bancários de Curitiba e região