A segunda mesa de debate da 26ª Conferência Estadual das Bancárias e Bancários do Paraná, realizada na tarde deste sábado, 04 de maio, abordou os temas Saúde, Segurança e Condições de Trabalho, com apresentação do psicólogo doutor em Psicologia Social e Institucional André Luiz Guerra da Silva. Ao longo de sua fala, o palestrante defendeu a centralidade da pauta de Saúde para a renovação do movimento sindical, apontando que que os Sindicatos precisam transformar suas práticas para adequá-las à realidade do trabalho atual.
“Considero que a Saúde é um ponto central para discutir todo e qualquer tema. Não a saúde entendida biologicamente e puramente individual, mas uma saúde integral, enquanto um paradigma sistêmico”, argumentou. “E, entendida nessa radicalidade, a Saúde abre importantes frentes para atuarmos de forma conjunta, com capacidade de tensionar ou mesmo alterar a realidade atual, pois tem em si uma capacidade de mobilização com dimensões estrutural, organizacional e pessoal”, acrescentou.
A luta por Saúde
Após a mesa, o psicólogo escreveu em suas redes sociais sobre a importância do debate realizado na Conferência Estadual: A precarização do trabalho no formato de uberização, as novas relações de trabalho mediadas por tecnologias e a realidade digital fomentam novas formas de exploração da força de trabalho. Somado à hegemonia da racionalidade neoliberal, esse cenário não é favorável às práticas tradicionais dos movimentos emancipatórios. É nesse contexto que a pauta da Saúde emerge como oportuna possibilidade de reversão desse quadro. A Saúde é um tema transversal e vital para toda a sociedade, independentemente de marcadores sociais. Até a crise climática que explicita seu rosto nos últimos dias no meu estado tem uma relação direta com a pauta da Saúde.
A luta pela Saúde é didática e pedagógica. Nela, a classe trabalhadora ainda se reconhece e se identifica a partir de seus desejos e sofrimentos. Fundamental é preparar as estruturas sindicais para protagonizarem vitórias na luta por direitos no campo da Saúde. Como primeiro passo dessa transformação está a ampliação do entendimento que se tem sobre o tema da Saúde, que deve ser abordada de forma interdisciplinar e intersetorial. As intervenções mais promissoras em Saúde pressupõem o trabalho conjunto entre diversos setores dos Sindicatos, especialmente a Comunicação, a Formação e o Jurídico.
Quanto mais ambiciosa e maiúscula for a pauta de Saúde, mais promissora será sua capacidade de renovação da luta sindical e mobilização da classe trabalhadora. A maior vantagem do Capital na correlação de forças na conjuntura atual é o desencantamento generalizado disseminado na classe trabalhadora. Mas ao mesmo tempo esse também é o seu ponto vulnerável. Em um mundo carente de Utopias, práticas concretas inovadoras e encantadoras têm grande potencial de despertar afetos transformadores.
Segurança bancária
Ainda durante a mesa de Saúde, Segurança e Condições de Trabalho, o secretário de Comunicação da Contraf-CUT e ex-presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, Elias Jordão, fez um breve relato sobre como estão as negociações do Coletivo Nacional de Segurança Bancária com a Fenaban, destacando o grande desafio que a categoria enfrenta nas discussões do tema, sobretudo com as mudanças impostas pelos bancos nos formatos que têm substituído as agências bancárias.
Estratégias de mobilização
O primeiro dia da 26ª Conferência Estadual das Bancárias e Bancários do Paraná foi encerrado com a terceira mesa de debate, sobre Estratégias de comunicação e mobilização, com falas dos dirigentes sindicais Deonísio Schmidt, Laurito de Lira Filho, Elias Soares e Júnior Cesar Dias.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
