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Proposta das financeiras que achataria salários é rejeitada na mesa

Em rodada de negociação realizada no dia 14, representantes das empresas sugeriram reajuste abaixo da inflação e teto que diminuiria ganho dos financiários.

Apesar de os representantes dos financiários terem aberto a reunião cobrando das financeiras responsabilidade com a mesa de negociação e a proposta global para um acordo, os representantes das empresas não levaram nada a sério. Trouxeram para a reunião uma proposta de reajuste para salários e demais verbas de 80% do INPC. Ou seja, abaixo da inflação e sem nada de aumento real.  Além disso, para a PLR, a proposta foi de pagamento de até 5% do lucro e com teto de 1,8 salário, o que rebaixaria os ganhos de quem tem salários mais baixos e trabalha muito.

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“Nossa data base foi o1 de junho, entregamos nossa pauta em 09 de maio. E depois de seis rodadas de negociação, e mais de três meses, vieram com uma proposta tão ruim que tivemos de rejeitar imediatamente, na mesa desta quarta-feira”, afirma a secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, Magaly Fagundes.  “Ganho real é muito importante. Não aceitaremos retirada de direitos ou rebaixamento nos ganhos dos financiários”, avisa. “Praticamente nada do que foi reivindicado teve algum retorno positivo das financeiras”, critica o coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários da Contraf-CUT, Jair Alves. “Tem como melhorar essa proposta, com certeza”, ressalta.

“A proposta das financeiras, amplamente rejeitada pelos trabalhadores, demonstra um desrespeito flagrante com as condições e direitos dos funcionários em um dos setores mais lucrativos do País. O reajuste salarial sugerido, de apenas 80% do INPC, implicaria um aumento de apenas 2,67% e uma perda efetiva de 0,65%, enquanto a proposta para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) limitaria o pagamento a 5% do lucro com um teto de 1,8 salários, prejudicando especialmente aqueles com rendimentos mais baixos”, detalha Katlin Salles, representante do Paraná nas negociações. “Mesmo após mais de três meses de reivindicações, a resposta das financeiras foi desconsiderada e insatisfatória, evidenciando uma desconexão inaceitável entre seus lucros elevados e o tratamento desleixado dispensado aos seus empregados”, acrescenta.

Os trabalhadores reivindicam um acordo de dois anos, com reajuste salarial que cubra a inflação medida pelo INPC (3,34%), de junho de 2023 a maio de 2024, e de junho de 2024 a maio de 2025, acrescido de 5% de aumento real. Os mesmos índices devem ser aplicados na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Para vales alimentação, refeição e auxílio-creche babá aumento real de 7%.

Razões para rejeitar

A proposta apresentada pela Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), de aumento de 80% do INPC, representa reajuste de apenas 2,67% para salários e demais verbas. O índice imporia aos trabalhadores perda de 0,65%. “Não tem sentido apresentar uma proposta que sequer repõe a inflação para os financiários. Nossa reivindicação é de aumento real”, frisa Magaly. “O pedido de reajuste maior para vales alimentação e refeição, auxílio creche-babá foi ignorado”.

Além disso, a proposta de PLR representaria perdas de R$ 1.729 para quem ganha o piso de R$ 2.940. “Os salários até R$ 4.500 perderiam com essa proposta de 5% de distribuição do lucro líquido com teto de 1,8 salários para a PLR”, explica Jair. Também não houve retorno por parte dos representantes das empresas sobre a proposta de dois anos. Nem sobre a alteração da data base (atualmente em 1º de junho) para se adequar ao tempo que as financeiras levam para apresentar propostas.

Dados dos financiários

A Acrefi ressaltou a importância da discussão mais abrangente realizada até agora, inclusive para o setor patronal. A pesquisa sobre Rosto dos Financiários, com dados fundamentais sobre a categoria, reivindicada pelos trabalhadores, deve finalmente ser feita. Os negociadores das financeiras se comprometeram com a realização do combate à violência contra a mulher: treinamento, cartilhas e compromisso efetivo no combate, disseram.

Sobre o assédio moral, a Acrefi se comprometeu com ações de combate. “Também já existem ações nesse sentido, mas vamos trabalhar em cima disso, além de cuidados de promoção à saúde de uma forma geral”, informaram os negociadores das financeiras. Uma nova rodada de negociação está marcada para 22 de agosto, em São Paulo. E os trabalhadores cobram respeito e uma proposta defensável que represente o esforço dos financiários.

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Fonte: Contraf-CUT

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