Banco utiliza contratações de terceirizados de maneira fraudulenta para trabalhadores realizarem serviços bancários sem os direitos garantidos pela CCT.
Nesta quinta-feira, 22 de agosto, bancários realizam em todo o país um Dia Nacional de Lutas contra as terceirizações. Em Curitiba, o foco das atividades é nas agências do Santander do Portão, Kennedy, Emiliano e Juvevê.
“A terceirização da categoria é muito forte no Santander, com precarização do trabalho, encerramento de agências, redução de postos de trabalho. A atividade no Santander é também para ajudar o Comando Nacional a pressionar a Fenaban na mesa de negociação”, explica Carlos Alberto Kanak, diretor de Mobilização da Base do Sindicato.
Negociações com a Fenaban
Nos dias 20 e 21 de agosto, o Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Fenaban para as negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2024 e os bancos apresentaram diversas propostas para retirar direitos dos bancários garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho, como por exemplo, benefícios de pessoas afastadas pelo INSS e proposta de reajuste abaixo do índice de inflação.
“Os banqueiros tiveram a audácia de propor 85% do INPC de reposição salarial, ou seja, estão propondo redução do poder de compra dos bancários. Enquanto eles tiveram uma rentabilidade média de 15% no ano passado, eles propõem para os bancários a reposição abaixo da inflação. E hoje os bancários de todo o Brasil estão paralisando, junto com os funcionários do Santander, para dar uma resposta aos banqueiros e para denunciar a fraude das terceirizações no banco Santander, que usa as terceirizações para tirar seu trabalhadores da proteção da Convenção Coletiva de Trabalho”, afirma Deonísio Schmidt, presidente da Fetec-CUT-PR e um dos representantes do Paraná nas mesas de negociação com a Fenaban.
“Os bancários seguem em negociação e hoje realizam uma atividade nacional com foco no Santander, que vem terceirizando de forma fraudulenta e com muita agressividade, com a intenção exclusiva de gerar mais lucratividade. Em mesa de negociação está claro que os bancos não respeitam seus bancários, querem retirar direitos para melhorar seus resultados”, alerta Cristiane Zacarias, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, que também participa das negociações.
“Desde o início das negociações, os bancos vêm apontando seu interesse em fragilizar as relações de trabalho e retirar direitos da categoria. Os bancos têm comparado as nossas funções bancárias com as funções de comércio, mas não compara o resultado do banco com o resultado do comércio. O bancário exerce uma função com diversas especialidades, certificações, e precisa sim receber um salário condizente com essa realidade. Os banqueiros em todas as mesas demonstraram total desrespeito e desconsideração com a categoria bancária e na última mesa apresentou a oferta de um índice que deixou todos revoltados”, analisa a presidente.
Cristiane Zacarias finaliza alertando a Fenaban que os trabalhadores estão mobilizados e não vão aceitar proposta rebaixada. “Os bancários querem aumento real, os bancários não aceitam precarização, não aceitam a terceirização no Santander e nós estaremos organizados e mobilizados para a greve se assim for necessário”, finaliza.
As agências do Santander permanecem com as atividades paralisadas até o meio dia.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
