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Atender os trabalhadores em greve é defender a nação frente à crise

Ao mesmo tempo em que Dilma diz aos europeus, em sua visita à Bruxelas, que a saída para a crise não está em “ajustes fiscais extremamente recessivos”, mas em aumentar “o consumo, os investimentos e o nível de crescimento” (BBC, 03 de outubro de 2011), aqui no Brasil, as lutas por melhorias salariais estão sendo enfrentadas com extrema intransigência pelo governo.

As greves são os mais eficazes instrumentos de distribuição de renda e de aumento do consumo no país. Se Dilma quer levar a sério o que está discursando no exterior, e quer efetivamente aumentar o consumo e os investimentos no país, precisa rever a relação do governo com as categorias que estão fazendo greve e fazer gestão para forçar o aumento da massa salarial dos trabalhadores.

No ano passado, somente o reajuste de 7,5% nos salários e a melhoria na PLR dos bancários significou uma injeção de R$ 6,1 bilhões na economia brasileira, impulsionando toda cadeia produtiva nacional, gerando empregos e desenvolvendo o país. Já os bilhões acumulados com os banqueiros, em sua maioria, foram dragados para contas no exterior ou destinados para a compra de produtos importados ou bens fora do país. Cada centavo transferido dos bancos aos bancários representa um alicerce para o crescimento e para o desenvolvimento da nação.

O governo precisa ser coerente e negociar

O governo está ameaçando os bancários do BB e da CEF de descontar os dias parados na greve desse ano, dificultando uma resolução positiva nas negociações na mesa conjunta da Fenaban. Com isso, os banqueiros privados ficam ainda mais à vontade para se silenciarem após 14 dias de greve. Qual é a lógica dessa postura?

A única justificativa são as medidas recessivas de “ajuste fiscal” adotadas pelo governo, destinando 44% do orçamento federal para o superávit primário. Ora, mas não são justamente estas medidas que a própria Dilma disse aos europeus que estariam levando aqueles países a um impasse frente à crise internacional?

Algo está errado. O que Dilma falou no exterior está correto, mas não corresponde a política adotada no país. Para enfrentar a crise, seja aqui, na Europa ou nos EUA, é necessário incentivar o consumo. Mas para isso o governo precisa atender carteiros, bancários, petroleiros e demais trabalhadores que lutam para se apropriar de uma parcela maior dos altos lucros dos seus empregadores. É preciso romper com as medidas recessivas de “ajuste fiscal” e atender os interesses nacionais.

O discurso da Dilma em Bruxelas deve se reconciliar com a sua prática. Está na hora do governo parar com as ameaças e apresentar soluções.

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