Entre o meio-dia e às 14h da última sexta-feira, dia 22, um ato em frente à sede da Direção Geral (DG) do Banrisul, no Centro de Porto Alegre, cobrou da direção do banco público dos gaúchos o cumprimento de um compromisso e da sua palavra com os trabalhadores. De um lado, a manifestação exigiu da direção a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) fechado em outubro do ano passado e a garantia de que irá implantar, até o dia 31 de março, um Plano de Carreira decente.
O ato encerrou com a entrega, no quarto andar do prédio da DG, de uma carta assinada pela Fetrafi-RS e pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) que foi construída e referendada pelo Comando Nacional dos Banrisulenses e pelo Conselho dos Delegados Sindicais, solicitando que a direção do banco honre o acordo que pôs fim à greve de 2012.
Durante o ato, um boneco de três metros de altura chamou a atenção de quem passou pela Caldas Junior, rua do centro que serve de endereço à DG do Banrisul. A peça de publicidade representou o poder que a caneta da direção do banco tem ao decidir sobre o futuro dos banrisulenses. O boneco, movimentado por dois atores, trazia em uma das mãos uma caneta que espetava outro boneco, representando os funcionários do Banrisul. Durante o ato, a rua Caldas Junior ficou fechada por 15 minutos.
O presidente do SindBancários, Mauro Salles, fez alusão ao poder de decisão que a direção tem sobre os destinos dos banrisulenses e cobrou valorização e respeito ao funcionalismo, assim com as garantias que o presidente do banco, Túlio Zamin, deu aos trabalhadores no Encontro Nacional dos Banrisulenses, em 2012. Mauro lembrou que o Acordo Coletivo de Trabalho ainda não foi assinado pela diretoria do Banrisul.
"O presidente do banco disse para os trabalhadores que ia limitar o poder da caneta do presidente. Ele deu a sua palavra. Isto está gravado. Também disse que ia assinar o Acordo Coletivo para terminar a greve e voltou atrás. O gaúcho tem a tradição de honrar a palavra e os acordos no fio do bigode", disse Mauro Salles.
Um dos motivos alegados pela direção do Banrisul para não assinar o ACT é um detalhe relacionado à cláusula que reduz as exigências para o direito à Remuneração Variável (RV 2). O banco não quer assinar o ACT porque não quer se comprometer com percentuais e com a democratização dessas verbas de remuneração variável.
"A direção do banco está se apegando a um detalhe. Isso não pode acontecer com o nosso Plano de Carreira. O nosso Plano de Carreira tem data. É dia 31 de março. Não queremos que este Plano de Carreira venha legitimar os mandos e desmandos do banco. Em vez de motivar o funcionalismo, a direção só se desmoraliza com assédio e metas abusivas. É com luta e mobilização que as conquistas vêm para nós. A direção assumiu um compromisso e vai ter que cumprir a palavra de implantar um Plano de Carreira transparente, democrático e que valorize os banrisulenses", disse Mauro Salles.
A diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa, disse esperar que a direção do Banrisul tenha a sensibilidade de reconhecer e honrar a palavra que afiançou com os trabalhadores e com os representantes sindicais nas negociações da Campanha Salarial de 2012.
"Todos os dias temos recebido denúncias de companheiros reclamando que estão em desvio de função, correndo riscos e assumindo responsabilidades que não são suas e sem ganhar nada com isso. As condições de trabalho estão se deteriorando com cobranças de metas inexequíveis, gerando o adoecimento dos trabalhadores e trabalhadoras em função do assédio moral usado como política de gestão. Estamos construindo um Plano de Carreira com base no respeito, democracia e transparência. Também queremos respeito para que não percamos a confiança na palavra da direção do Banrisul", disse Denise.
Para o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, os trabalhadores têm feito a sua parte no que diz respeito a à dedicação para que o banco aumente a lucratividade a cada ano lucro e que a participação dos banrisulenses é fundamental para tornar o banco cada vez mais forte.
"Este é o primeiro de uma série de atos que vamos realizar na frente da DG. Cada vez que tivermos que vir aqui, vamos fechar a Caldas Junior para que a sociedade gaúcha saiba que vamos cobrar da direção que honre a sua palavra. A caneta da direção está fincada no coração dos banrisulenses", avalia Rocha.
Carta de cobrança – Por volta das 13h15, dirigente sindicais, delegados sindicais e funcionários do Banrisul foram até o quarto andar da DG entregar uma carta de cobrança das reivindicações acordadas na época da Campanha Nacional 2012. A carta é assinada pela Fetrafi-RS e pelo SindBancários e foi construída e referendada pelo Comando Nacional dos Banrisulenses e pelo Conselho dos Delegados Sindicais solicitando que a direção do banco honre o acordo que pôs fim à greve de 2012.
O grupo de bancários foi recebido pelo Superintendente de Gestão de Pessoas do Banrisul, Gaspar Saikoski. Entre os pontos ressaltados pelo documento, destacam-se:
– Assinatura do Acordo Coletivo 2012 (ACT)
– Fim do assédio moral e das metas abusivas
– Contratação imediata de aprovados no último concurso
– Reafirmar o dia 31 de março como o dia de finalização do Plano de Carreira
– Explicações sobre a RV 2
– Data do concurso para TI-II