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Bancários lembram Itaú que eficiência é emprego decente

 Roberto Setúbal, presidente do Itaú Unibanco, anunciou em reunião com investidores que a meta para 2012 é a diminuição do índice de eficiência operacional para 41%. Quando menor o índice, menor os custos do banco com clientes. Logo, maior o lucro. Por outro lado, continua não havendo preocupação com boas condições de trabalho e as demissões permanecem acontecendo.

 

Leia texto da Contraf-CUT:

 

Contraf-CUT rebate Itaú Unibanco e afirma que eficiência é emprego decente 

 

Apesar do lucro recorde de R$ 10,9 bilhões até setembro deste ano, o Itaú Unibanco quer ainda mais. Agora o banco pretende uma melhora agressiva dos chamados índices de eficiência. "A integração deu mais trabalho do que o esperado… agora para 2012 e 2013, esse vai ser nosso projeto central", disse Roberto Setúbal aos investidores na terça-feira (29), referindo-se à meta de levar o índice de eficiência operacional dos atuais 47,9% para 41% nos próximos dois anos.

 

Esse índice mede quanto da receita o banco gasta com clientes. Assim, quanto menor, melhor a eficiência. Conforme Setúbal, se tal nível fosse alcançado hoje, isso representaria um ganho de cerca de R$ 3 bilhões ao lucro anual do banco, que atualmente gira em torno de R$ 14 bilhões. Conforme reportagem do jornal Brasil Econômico nesta quarta-feira (30), o banco aposta na redução generalizada de custos.

 

A Contraf-CUT rebateu as afirmações do presidente do Itaú Unibanco. "Para os bancários, eficiência é outra coisa. É, acima de tudo, ter emprego decente, com melhores condições de saúde, segurança e trabalho. Para tanto, o banco tem que acabar com as demissões, a política da rotatividade, as metas abusivas, o assédio moral e a insegurança", frisou Carlos Cordeiro, funcionário do Itaú Unibanco e presidente da Contraf-CUT.

 

"Para os clientes, eficiência é atendimento de qualidade, o que hoje é impossível com a falta de funcionários nas agências, a espera nas filas e a cobrança de altas taxas de juros e tarifas elevadas", reforçou o dirigente sindical.

 

Além de dispensar milhares de funcionários, o banco cortou 2.496 empregos nos primeiros nove meses do ano. As demissões têm atingido trabalhadores em todo o país, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro. "A política da rotatividade, que reduz custos para aumentar ainda mais os lucros, é nociva para o desenvolvimento econômico e social do país, pois somente ganham os banqueiros e perdem os trabalhadores e a sociedade", ressaltou Cordeiro.

 

"Essa melhora agressiva da eficiência é para satisfazer puramente o apetite dos acionistas do banco", criticou Jair Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

 

Os dirigentes sindicais aguardam a marcação de nova negociação com o vice-presidente e diretor de Recursos Humanos do Itaú Unibanco, Zeca Rudge. Na reunião ocorrida na segunda-feira (28), os bancários cobraram o fim imediato das demissões e da política de rotatividade.

 

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