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Banco inglês cria balanço artificial para reduzir PLR

Sindicatos de todo o país exigem que o HSBC pague a PLR sobre o lucro real e pare de alterar números para prejudicar os trabalhadores.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região está pressionando o HSBC para que pague o que é devido aos trabalhadores. Para isto, é necessário que o banco não modifique os resultados de seu balanço, com intuito de reduzir o valor de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que deve ser paga aos funcionários. Em reunião realizada no dia 20 de outubro, em São Paulo, os representantes dos trabalhadores, dentre eles, o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, insistiram que o banco precisa pagar o benefício baseado no desempenho real da empresa e não no balanço semestral, em que o HSBC subtraiu 90% do lucro para usar em provisões irreais. A posição dos dirigentes sindicais foi de cobrar do banco a valorização dos funcionários com o pagamento sem redutor da regra de antecipação da PLR e a discussão posterior de eventuais ajustes.

“O Sindicato está tomando todas as providências cabíveis e não vamos aceitar que o banco reduza a PLR devido a um lucro rebaixado artificialmente pela empresa. Já afirmamos em reunião que as provisões estão conservadoras demais”, explica Carlos Alberto Kanak, dirigente sindical e coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC.

Entretanto, de forma arbitrária, o banco rompeu o processo negocial – estava previsto um contato nesta quinta (22) – e divulgou o valor de PLR que está revoltando os trabalhadores. A empresa anunciou para todos os funcionários, na quarta (21), que seguirá a regra acordada com a Fenaban e aplicará redutor de 26,22% na primeira parcela da PLR. Pela regra, os bancários receberão como antecipação da PLR o valor de 39,84% do salário mais R$ 453,01 fixos, além de R$ 251,75 referentes à PLR Adicional (2% do lucro líquido distribuídos linearmente para todos os funcionários).

Histórico da questão Segundo o balanço do banco, o HSBC lucrou no primeiro semestre do ano R$ 2,1 bilhões e provisionou cerca de R$ 1,9 bilhão desse total para despesas que possam a vir a acontecer. Portanto, o banco quer calcular a PLR dos bancários somente sobre os R$ 250 milhões restantes. Os motivos são diversas alterações no balanço da empresa, entre elas duplicando as Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) e aumentando a depreciação, sem a contrapartida do aumento do crédito ao consumidor. Por outro lado, para executivos e acionistas o banco calcula o bônus sobre os R$ 2,1 bilhões.

“Estima-se que se o HSBC não tivesse provisionado R$ 1 bilhão a título de PDD, os bancários ganhariam de adicional de PLR em torno de R$ 1,3 mil até R$ 1,5 mil”, explica Marco Aurélio Cruz, dirigente do Sindicato e trabalhador no HSBC. “Está evidente que o banco reduziu artificialmente o lucro para diminuir a PLR dos bancários”, conclui.

Nova regra do adicional da PLR é avanço – Ao contrário dos rumores espalhados pelos corredores do banco inglês, a nova regra do adicional de PLR é um avanço para a categoria na medida em que não há um critério determinado pela rentabilidade de um ano para o outro, ou seja, estão assegurados 2% de distribuição linear dos lucros. Além disso, a nova regra é muito mais objetiva que a anterior, o que simplificou seu entendimento.

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