Seeb SP – 25/05/2004
Funcionários denunciam que não são dadas explicações para os cortes; muitos dos dispensados têm vários anos de empresa e não se encaixam no ‘perfil’ traçado pela direção para demitir.
De janeiro à penúltima semana de maio, 297 bancários da Cidade de Deus, matriz do Bradesco, foram demitidos pela direção do banco. Apenas nas três primeiras semanas de maio foram 44 funcionários que fizeram homologação no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
De acordo com o diretor do Sindicato Marcelo Peixoto, muitos bancários não se enquadram no “perfil” traçado pelo diretor executivo do Bradesco Milton Matsumoto. Ou seja, não pediram para ser demitidos, não tinham avaliação insatisfatória, não cometeram falha administrativa e negaram estar “acomodados” na empresa. “Todos esses casos serão levados ao Bradesco para que as demissões sejam anuladas”, afirma Peixoto. Desde março o Sindicato já entregou duas listas contendo a relação de nomes de mais de 100 bancários que se sentiram injustiçados pela empresa.
Nas nuvens – Para a dirigente sindical Sandra Regina Vieira, com os lucros que o Bradesco vem tendo a cada ano – fruto do esforço dos bancários – é inadmissível que estas demissões estejam ocorrendo. Ela lembra que o lucro líquido do banco no primeiro trimestre deste ano foi o terceiro maior do sistema financeiro, chegando a R$ 608 milhões – 19,8% superior ao mesmo período no ano passado, quando o resultado foi de R$ 508 milhões.
“Só o arrecadado com prestação de serviços (R$ 1,4 bi) deu para cobrir todas as despesas com pessoal (R$ 773 milhões) e ainda sobrou muito. Ou seja, se o banco de fato cumprisse o papel social que tanto gosta de alardear, não só manteria o emprego como também contrataria mais pessoas”, afirma Sandra. O Sindicato vai intensificar a mobilização até que o Bradesco pare de demitir.
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região