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Bradesco: “Entre nós, o lucro vem primeiro”

O ano está chegando ao fim e o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região continua recebendo reclamações e denúncias dos trabalhadores do Bradesco. Os relatos são de desânimo e muito cansaço, dada a instabilidade enfrentada durante o período em que o banco demonstrou muita fragilidade nas tomadas de decisões da direção, que afetaram diretamente a rotina de trabalho e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), como o caso da Americanas e a falta de rumo comentada por diversos meses.

“O Bradesco vem, há tempos, com uma gestão confusa, passando a mensagem de estar sem rumo. Com esta postura, seus funcionários têm uma rotina de trabalho com ainda mais desafios. Cada gestão parece apontar para um lado distinto e todos só querem a meta cumprida, mesmo sabendo que seu cumprimento está afetado pelo mal desempenho da gestão”, descreve a dirigente sindical Cristiane Zacarias.

“Os produtos do banco precisam ser atraentes aos olhos dos clientes e dos indicadores econômicos, além de serem favoráveis para a produção e tomada de crédito. Os bancários não podem ser obrigados a empurrar produtos ‘goela abaixo’ dos clientes. Não vamos permitir a consolidação de um método de gestão que preza pelo lucro a qualquer custo, através da implementação de um ambiente de trabalho opressor e adoecedor”, acrescenta o dirigente Ademir Vidolin.

Fechamento de agências

Com todas as mudanças digitais que afetaram as formas de trabalho, o Bradesco fechou diversas agências, além de transformar outras em unidades de negócios ou similares. Essas mudanças trouxeram quase que toda a comunicação e o atendimento de clientes para o celular dos trabalhadores. “O que vemos é que o banco buscou aumentar a lucratividade para seus acionistas. Para os trabalhadores, restou demissão, adoecimento e a precarização de direitos historicamente conquistados, como plano de saúde”, pontua Cristiane.

“Não é à toa que o total de empregos do Sistema Financeiro passou a corresponder a apenas 2% do total de empregos formais no País. Enquanto os afastamento do INSS da categoria correspondem a 20%, em média, do total de adoecidos e afastados por problemas psíquicos”, acrescenta Ademir. “Ou seja, podemos concluir que trabalhar em banco equivale a uma grande probabilidade de ficar doente devido aos métodos de gestão”, finaliza.

Para o Sindicato, a falta de uma atuação consistente por parte do banco no combate ao assédio moral deixa alguns gestores confortáveis para práticas diárias de cobranças abusivas e comportamentos indevidos. “A ameaça constante de demissão, seja por alegação de produtividade ou por incorporação ou fechamento de agências, deixa todos em estado de alerta e sem perspectivas”, afirma a dirigente sindical Karla Huning. Seguindo esta dinâmica, a categoria tem sofrido muita pressão para o cumprimento das metas e o assédio segue sendo uma forte ferramenta em favor do banco no curto prazo.

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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

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