Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

BRADESCO: O LÍDER EM ASSALTOS

Desprotegido, banco é o mais visado pelos assaltantes que atuam na Grande Curitiba

O assalto à agência do Bradesco do bairro Juvevê, em Curitiba, no qual quatro pessoas foram feridas, expôs um fato já conhecido da polícia. Por não dispor de portas giratórias com detectores de metais na maioria das agências, o banco é o predileto dos assaltantes. Para se ter idéia da dimensão do problema, as últimas três investidas dos bandidos na Capital foram contra postos de atendimento do Bradesco. Com isto, o medo e a insegurança crescem entre os clientes e funcionários.

Em pouco mais de um mês, só a agência do Juvevê registrou dois assaltos. Em um ano, foram quatro abordagens. No fim de 2003 os ladrões ainda invadiram a agência da Avenida Presidente Kennedy, no bairro Vila Guaíra, oportunidade em que roubaram cerca de R$ 45 mil, dinheiro suficiente para comprar até quatro portas giratórias cada uma custa por volta de R$ 12 mil, conforme especialistas em segurança. Em Curitiba, há 38 agências sem o equipamento de segurança. Destas, 31 são do Bradesco e 17 do Unibanco, onde os assaltos são menos freqüentes devido a um sistema de travamento dos caixas, segundo Julio César Dias, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

Hoje, segundo o Sindicato, 12 agências do Bradesco já dispõem do dispositivo de segurança na Capital, em especial aquelas situadas em bairros periféricos e onde há rodovias por perto, fato que atrai os bandidos. Roberto Assis, superintende do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), explica que os assaltantes preferem o Bradesco devido à possibilidade de promover o roubo sem a necessidade de disparar tiros. Segundo ele, os disparos provocam tumulto e em geral colocam por terra o assalto. “Com a porta giratória, uma das poucas saídas é disparar tiros, um mau negócio para eles, pois isto gera pânico. Por isso eles não querem matar”, afirma o policial

Conforme o superintendente do Cope, são raros os casos de bandidos que conseguem passar pela porta giratória armados. “Só me recordo de um episódio, na Caixa Econômica, no qual o vigia liberou a entrada de um homem armado. O bandido já tinha deixado na bandeja o celular e uma barrinha de ferro, e ainda assim a porta travava. Então ele reclamou e o funcionário o atendeu, facilitando a ação. O homem tinha uma pistola na bolsa”, prossegue Assis. “Banco com porta quase nunca tem assalto”, diz.

A assessoria de imprensa do Bradesco informou ontem que até domingo uma porta giratória passará a controlar o acesso à agência Juvevê. Para as demais, contudo, não há previsão de instalação do equipamento de segurança. O banco preferiu não se manifestar sobre as repetidas investidas dos ladrões contra seus postos de atendimento. Segundo a reportagem apurou com funcionários, a opção pela livre entrada se deve a uma estratégia para agradar os clientes que não gostam de apresentar objetos metálicos a um segurança.

Medo Um dia depois de uma tentativa de assalto que acabou em tiroteio, o clima era de apreensão na agência do Juvevê. Um sindicalista informou que cinco funcionários faltaram ao trabalho por estarem abalados com o episódio. Já os clientes se diziam inseguros e dispostos a mudar de banco. “Venho aqui porque é necessário. Mas me sinto bastante insegura”, afirmou a comerciante Doris Chemin. Uma das quatro pessoas baleadas no assalto continua hospitalizada. Ferida no abdome, Ana Cristina dos Santos, de 25 anos, está em estado grave.

Agência não teria câmeras

A agência do Bradesco do bairro Juvevê, invadida por assaltantes na terça-feira, não teria circuito interno de TV. A denúncia, feita pelo vereador Reinhold Stephanes Junior (PMDB), foi encaminhada ontem ao secretário municipal de Urbanismo, Luiz Fernando de Souza Jamur. Stephanes pede que o banco seja punido pelo descumprimento da legislação federal que regula a segurança dos bancos. Segundo ele, a Prefeitura deve estudar inclusive a possibilidade de cassação do alvará das agências.

Embora existam leis do município e do Estado que determinem a obrigatoriedade das portas giratórias, uma lei federal possibilita aos bancos optar pelo travamento dos cofres como medida de segurança, em vez do equipamento detector de metais. No entanto, a instalação de câmeras é indispensável. “Se houvesse câmeras e a porta giratória, a tentativa de assalto não teria acontecido. Os bancos estão colocando a população em risco”, diz o vereador, ressaltando que as câmeras ajudam no combate a outra modalidade de assalto. “Muitos bandidos esperam as vítimas sacar grandes quantias de dinheiro no interior da agência e as seguem até a rua, para então assaltá-las”, prossegue. Sem as câmeras, afirma Stephanes, os bandidos se sentem seguros de que não serão identificados. (RW)

Rodrigo Werneck

Deixe um comentário

0/100

Sign Up to Our Newsletter

Be the first to know the latest updates

[yikes-mailchimp form="1"]