Na terça-feira, 08 de março, a reunião da Mesa Permanente de Negociações entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e a direção do banco sobre Promoção por Mérito terminou em impasse. Como já havia informado na última reunião do Grupo de Trabalho específico, a direção da Caixa aceita pagar um delta para todos os trabalhadores, que não possuem impedimentos, em 2021. No entanto, insiste em manter a falta não justificada como um dos pontos de impedimento. A decisão penaliza empregados que tiveram uma única falta não justificada e ataca diretamente a organização dos trabalhadores. A Caixa informou em mesa o encerramento das negociações.
“Manter uma falta não justificada como impedimento é uma dupla penalização, porque os empregados que participaram do movimento paredista do dia 27 de abril já foram penalizadas monetariamente com o desconto do dia e reflexo sobre o final de semana remunerado. Isso nós colocamos para a Caixa e está muito claro, que nesse caso é uma dupla penalização, porque a própria Caixa reconheceu como movimento paredista, quando ela solicitou via justiça que fosse mantido pelo menos 60% do efetivo trabalhando”, afirma João Paulo Pierozan, coordenador do GT que debate promoção por mérito e representante do Sindicato de Curitiba e região nas negociações com a Caixa.
Os representantes dos empregados classificaram a decisão unilateral da direção da Caixa como uma afronta além de prática antissindical. “A direção da Caixa simplesmente encerrou a negociação com os trabalhadores. Essa decisão unilateral é um ataque para a organização dos trabalhadores, ao movimento como um todo e aos nossos direitos. Já tivemos impasses num passado não tão distante e que foram resolvidos negocialmente. Essa posição da direção do banco é lamentável”, destacou a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.
Como forma de protesto, cada federação que compõe a CEE se manifestou na mesa de negociações mostrando sua contrariedade ao posicionamento da direção da Caixa. Para a Comissão, desta forma, a direção de Pedro Guimarães impõe a estagnação na carreira de muitos empregados como forma de retaliação. Como decisão, a Comissão tomará todas as providências possíveis.
A representação dos empregados observa ainda que foram sucessivos cancelamentos e adiamentos das negociações por parte da direção da Caixa, que tentou, por diversas vezes, retardar o debate sobre a sistemática de distribuição dos deltas. “Vimos, mais uma vez, a direção da Caixa retardando o início das negociações para depois dizer que não há mais tempo para debates. Eles fizeram isso quando negociamos a promoção por mérito do ano passado e também no debate sobre o Saúde Caixa”, lembrou o representante da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro (Federa/RJ), Sergio Amorim.
Os representantes da comissão também reforçaram o protesto contra a utilização do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), pois não o veem como uma ferramenta de desenvolvimento e sim como um instrumento de assédio aos trabalhadores.
Proposta da Caixa
A proposta a ser implementada irá distribuir o primeiro delta para todos os empregados que não têm impedimentos como:
- Menos de 180 dias de efetivo exercício em 2021;
- Estar com contrato de trabalho suspenso na data da apuração da promoção;
- Ter penalidades no ano-base (advertência, suspensão, censura ética);
- Apresentar falta não-justificada;
- Estar na última referência salarial.
Já o segundo delta será distribuído para os empregados que atingirem a avaliação “desempenho excelente” no ciclo 2021, de acordo com o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP).
Outras cobranças
- Saúde Caixa: mais uma vez a CEE cobrou a mesa de negociação do Saúde Caixa. Ainda segue um alto número de reclamações pelo país sobre problemas de autorizações, reembolsos, credenciamentos entre outros;
- PCDs: a CEE cobrou um posicionamento da Caixa quanto a contratação dos concursados de 2021, que ainda aguardam a avaliação de recurso pela Caixa para serem chamados;
- Restruturação: houve denúncias de possíveis reestruturações na Caixa. De acordo com o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a informação deve ser passada antecipadamente para o movimento sindical;
- Outro ponto foi a retomada do debate sobre teletrabalho e banco de horas.10
Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT e Sindicato