Mais uma rodada de negociações frustrante para os empregados da Caixa Econômica Federal. Enquanto o Banco do Brasil avança para um acordo, a CEF continua enrolando e empurrando para as próximas rodadas uma resposta para as reivindicações dos bancários. “Nossa campanha salarial já começou há três meses, mas até agora não avançamos em nada nas negociações. Pelo contrário, percebemos claramente a falta de vontade do banco em fechar um acordo com os empregados”, explicou Plínio Pavão, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa e secretário de saúde da CNB/CUT.
Há duas semanas, os bancários da Caixa aguardam uma resposta sobre o formato do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os trabalhadores querem que ela seja distribuída nos mesmos moldes da Fenaban, mas a empresa quer esperar o fechamento da Convenção Coletiva para se posicionar. “Eles alegam que não podem assumir um compromisso sem saber o valor que a Fenaban vai acordar com a gente, Mas nenhum banco sabe o valor. Está claro que a Caixa não quer avançar, até o Banco do Brasil já assumiu este compromisso”, lamentou.
Para Plínio, a Caixa está com uma postura pior do que a Fenaban, pois os banqueiros já apresentaram uma proposta. “Embora o índice oferecido pela Federação seja ridículo, ainda há diálogo. Com a Caixa estamos parados, pois não temos resposta até agora para nenhuma reivindicação importante”, destacou.
O dirigente ressaltou que os empregados da CEF se mostraram dispostos e encarar uma greve para conquistar suas reivindicações. “Na última quinta-feira, no Encontro Nacional dos Bancários, a participação dos funcionários da Caixa foi intensa. Se o banco quiser pagar para ver e não atender às nossas reivindicações vai ter greve”, afirmou.
Seqüestro – O único compromisso assumido pela Caixa na negociação de hoje foi a revisão do normativo AD004, que estabelece os procedimentos para os casos de seqüestro. Pela versão original, o principal objetivo nestes casos era o de proteger a integridade do funcionário e o patrimônio, com a mesma igualdade. Agora, a redação mudou, dando prioridade para a proteção ao bancário e, “se possível”, para o patrimônio.
Segundo Plínio Pavão, a mudança do normativo é importantíssima, porém, a discussão do tema frente ao bojo das negociações da Campanha Salarial não faz sentido. “Aliás a Caixa já poderia ter mudado o normativo há muito tempo, pois no Grupo de Trabalho que estudou o assunto já definiu a mudança há mais um mês”, concluiu o sindicalista.
Fonte: Fábio Jammal Makhoul- CNB/CUT