Duas notícias chamaram minha atenção na última semana, pois apontam grandes dificuldades para a negociação de nossa campanha salarial.
A primeira é que os professores das universidades federais fecharam um acordo com 4% de reajuste salarial. Portanto, em uma inflação de quase 8% no ano, existe uma expressiva perda salarial.
A segunda é que o governo federal registrou no mês de julho o maior superávit desde 1997. Em outras palavras, o governo Dilma está adotando uma política fiscal mais rigorosa que FHC para diminuir os gastos públicos, já expressa no corte de R$ 50 bilhões no orçamento no início do ano. Isso significa dizer que o governo acena com um aperto cada vez maior nas negociações salariais com os trabalhadores das empresas públicas, para gerar mais receita para pagamento de juros da dívida pública.
Soma-se a estes fatos a insistência do governo, através do Banco Central, em responsabilizar os salários pelo aumento da inflação, justificando assim a política de arrocho em várias categorias e o esfriamento da economia.
Essa política que vem sendo adotada por Dilma já foi testada por FHC e foi um desastre para o país. É importante mudar o rumo, antes que sejamos mais uma Grécia!
Importantes negociações nacionais ocorrem nesse segundo semestre com o patrão governo, como dos trabalhadores dos Correios, Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. É hora de o governo rever seus rumos!
As nossas mesas de negociação com a Fenaban começam no início de setembro, com a importante participação do governo na definição dos rumos da campanha, para o bem ou para o mal.
Mas, ao que tudo aponta, para avançarmos, teremos que ir novamente à greve e, desta vez, com ainda mais disposição de luta.