No dia 30 de janeiro, o Bradesco anunciou um lucro líquido recorrente de R$ 19,458 bilhões. No mesmo dia, o presidente do banco, Octavio de Lazari, disse em entrevista com jornalistas que deve reduzir em mais de um terço a sua rede de agências entre 2020 e 2021. O corte faz parte de um plano de reestruturação de despesas que o banco já vem implementando desde o ano passado, quando fechou 7.754 postos de trabalho e 1.083 agências. A estimativa para este ano é encerrar as atividades de mais 450 agências. Somado ao corte efetuado no ano passado, o número significa uma redução de 34,2% em relação ao tamanho da rede em 2019, que contava com 4.478 agências.
A Comissão de Organização dos Empregados do Bradesco (COE/Bradesco) já solicitou uma reunião com o banco, que deve ser agendada para a segunda quinzena de fevereiro. “Nós queremos entender o motivo de tantos fechamentos, pois os trabalhadores correm o risco de perder os empregos”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da COE/Bradesco. “Queremos saber como fica o emprego nesta nova reestruturação. Pois, mesmo durante a pandemia e com um acordo para não demitir, o banco reduziu seu quadro de funcionários”, finalizou.
"Entendemos que uma reestruturação não precisa ser sinônimo de demissões, principalmente se considerar a sobrecarga dos bancários que permanecem nos centros administrativos e agências. Com tanta demissão, o volume de trabalho aumenta, assim como as metas que o banco tem majorado, mesmo na pandemia de Covid-19. Então, não faz sentido a diminuição do quadro de funcionários, senão o puro descaso do banco com as pessoas", destaca Cristiane Zacarias, secretária-geral do Sindicato.