Reunião com o banco foi realizada nesta quarta-feira, na sede do Itaú em São Paulo.
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com a direção do banco, na quarta-feira, 20 de setembro, para discutir uma série de tópicos críticos que afetam os trabalhadores e o futuro da instituição financeira. A COE/Itaú aproveitou a oportunidade para realizar um verdadeiro “raio-x” do banco, com o objetivo de compreender a estrutura organizacional e as informações detalhadas sobre cargos e postos de trabalho em todo o Brasil. Para isso, pediu todas as informações sobre os funcionários, por raça, gênero e o total de funcionários PCD na empresa.
Um dos pontos de destaque na pauta da reunião foi a segurança no Itaú. Foi acordado que haverá uma mesa específica dedicada a discutir esse tema, com a intenção de abordar preocupações e implementar medidas para melhorar a segurança nas agências bancárias. Um dos primeiros encontros será numa visita a Central, para conhecer toda a operação. Outro tópico é o projeto de Agências de Negócios, que está sendo intensificado nas regiões de São Paulo, Campinas e Goiânia. A COE/Itaú buscou esclarecimentos sobre a possível expansão desse projeto para outras regiões do país. A questão da terceirização também foi debatida, com um foco maior em São Paulo. A COE questionou sobre os serviços terceirizados, as empresas envolvidas e as condições de trabalho dos funcionários terceirizados, incluindo salários e benefícios.
Redecard e demissões
Além disso, a Comissão discutiu a representação dos Sindicatos e da Contraf-CUT nas empresas do grupo Itaú, como na Redecard. “Esse ponto é fundamental para garantir que os interesses dos trabalhadores sejam devidamente representados”, salientou Jair Alves, coordenador da COE/Itaú.
A possibilidade de demissões nos próximos meses também foi abordada durante a reunião, e a Comissão buscou esclarecimentos sobre qualquer movimentação nesse sentido. A representação do banco afirmou que os desligamentos ocorrem por problemas de comportamento, desempenho e aposentadorias, entre outros. Também enfatizou que o banco mantém uma força de trabalho constante, com cerca de 90 mil empregados, e está investindo em admissões e promoções.
Gera e metas
Houve ainda discussões sobre a contratação do programa Gera em regiões da Bahia e Pernambuco, incluindo denúncias de trabalhadores e levantamento dos Sindicatos. Foram discutidas ainda as diferenças entre o programa Gera e o que foi chamado de Gerinha, que envolve desafios semanais e cobranças no celular. O banco está acompanhando de perto essa iniciativa e a vê como uma maneira de incentivar e motivar os funcionários. “Apesar de o banco ver como uma maneira de incentivar os trabalhadores, esta não é a realidade. Os trabalhadores estão sendo cobrados de uma maneira absurda com exposição e premiação com chocolates”, afirmou Jair Alves. O banco ficou de conversar com a diretoria e rever estas práticas.
Também foi debatida a cláusula 87, que trata de metas e alterações durante o exercício, bem como a orientação aos gestores. Os representantes dos trabalhadores cobraram avanços. Outros pontos debatidos incluíram a cultura de valores do banco, o Mapa da Diversidade, que busca aumentar a representatividade de mulheres em cargos de liderança, e a questão das agências que foram fechadas. “A COE espera que o diálogo com a direção do Itaú continue de forma construtiva, abordando questões cruciais para os trabalhadores e para o futuro da instituição financeira”, finalizou Jair Alves.
Avaliação
“Cobramos do banco a divulgação necessária e adequada, junto ao quadro de funcionários, dos programas implantados, pois percebemos que essa informação não está chegando como deveriam. Bancarias e Bancárias nos procuram diariamente buscando informações sobre tais programas e benefícios”, avalia a representante do Paraná na COE/Itaú, Vandira Martins de Oliveira.
Fonte: Contraf-CUT