Na negociação do dia 19 de fevereiro, entre Comissão de Empresa e Banco do Brasil, os representantes do banco fizeram uma apresentação do balanço relativo ao exercício de 2003. A apresentação completa, análise dos resultados e outros números podem ser encontrados no site do banco (www.bb.com.br). Constatações feitas pela Comissão de Empresa:
-O lucro líquido cresceu 17,4% no ano, passando de R$ 2,028 bilhões em 2002 para R$ 2,381 bilhões em 2003.
-As despesas de pessoal cresceram, de R$ 5,548 bilhões em 2002 para R$ 6,660 bilhões em 2003, em parte em decorrência do reajuste de 12,6% conquistado em setembro. Parte deste crescimento se deve ao aumento nas provisões para demandas trabalhistas, que cresceram de R$ 373 milhões em 2002 para R$ 881 milhões em 2003 – um retrato da fraude nas horas extras e de outros desrespeitos praticados pelo banco.
-As despesas com proventos brutos (descontados encargos e benefícios) cresceram somente 7,6%, de R$ 2,782 bilhões em 2002 para R$ 2,992 bilhões em 2003, apesar do reajuste de 12,6%. Esta discrepância se explica pela substituição dos funcionários mais antigos (aposentadorias e demissões) por funcionários recém-admitidos no banco, com salários inferiores.
-As receitas com prestação de serviços saltaram de R$ 4,454 bilhões em 2002 para R$ 5,491 bilhões em 2003, e o banco já cobre 82,5% de suas despesas de pessoal com os valores arrecadados com tarifas e prestação de serviços.
-A título de curiosidade, o banco aprovisionou R$ 152 milhões para o PAI50, prevendo adesão de 49% dos 5.869 funcionários considerados público-alvo.
O banco distribuirá aos acionistas R$ 423,8 milhões em dividendos, relativos ao segundo semestre de 2003, contra R$ 321,9 milhões relativos ao primeiro semestre. A título de Participações Estatutárias no Lucro, o banco contabilizou no balanço R$ 273 milhões, contra R$ 145 milhões relativos ao exercício de 2003. Isto significa que o banco distribuirá, em 2003, quase o dobro dos valores contabilizados no ano anterior, aí incluída a PLR.
Segundo os representantes do banco, a empresa tem autorização do governo para distribuir, a título de PLR, 11% do lucro contabilizado no semestre (R$ 1,302 bilhão), totalizando cerca de R$ 143 milhões. No primeiro semestre, foram distribuídos R$ 74 milhões. Ou seja, para o segundo semestre o banco tem disponível quase o dobro do valor.
Após a apresentação, a Comissão de Empresa reivindicou que o banco pague, a todos os seus funcionários, valores maiores do que o previsto na Convenção Coletiva da Fenaban (40% do salário mais parcela fixa de R$ 325), já que o montante a ser distribuído é maior. A Comissão de Empresa apresentou, ainda, uma série de reivindicações para corrigir distorções verificadas na PLR anterior (caixas substitutos, cedidos a órgãos de governo, afastados por acidente de trabalho e licença saúde, pagamento a aposentados e demitidos que trabalharam durante todo o semestre, etc.).
Os sindicatos cobraram o pagamento de PLRs não pagas em decorrência de faltas de greves. O banco ainda não deu solução a este problema.
Nova negociação está marcada para o dia 03 de março, para debater PLR.