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Conjuntura incerta e negociação dura: acordo por dois anos foi decisão certa

Um processo de negociação não é algo tão simples assim,
principalmente quando se está negociando com banqueiro. A campanha salarial de
2016 foi bastante emblemática com uma conjuntura e um cenário que se apontava
bastante incerto, o que se confirmou no decorrer de 2016 culminando com tudo
que estamos vendo em 2017; isso tem que ser levado muito em consideração.

Foi uma negociação e uma campanha muito dura, com 32 dias de
greve que apontava para um desfecho de perdas com proposta de índice abaixo da
inflação e com ameaças constantes de desconto dos dias parados; foi neste
contexto com alguma polêmica naquele momento sobre o acordo de dois anos que
encerramos nossa campanha com a aceitação da proposta por toda a categoria
nacionalmente; nada se fez, nada se negociou, nada se aceitou sem a anuência da
categoria.

Hoje, em um cenário cada vez mais desfavorável aos
trabalhadores, não temos a menor sombra de dúvida que tomamos a decisão
acertada, inclusive nosso acordo é modelo desejado por outras categorias que já
estão sentindo na pele as dificuldades de negociação na atual conjuntura.
Quanto à inflação do período, cabe aos institutos apontarem qual o índice e cabe
a nós questionarmos as metodologias de cada instituto, lembrando que índice
alto sem ganho real não significa ganho, mas apenas reposição de inflação.
Ganho de fato é o ganho real; a realidade é que pelos acordos fechados até
agora a maioria das categorias tiveram dificuldades em fechar acordos com ganho
real e nós já temos isso garantido (inclusive a PLR) em nosso acordo e sem
perder nenhum direito; direitos que estariam em risco neste momento com uma
reforma trabalhista aprovada, reforma esta muito claramente patrocinada pelo
empresariado.

Se não tivéssemos este acordo, talvez estivéssemos neste
momento em greve sem saber por quanto tempo para repor minimamente a inflação
do período e principalmente para mantermos nossos direitos conquistados há décadas e que estão sendo atacados duramente e diariamente de forma agressiva
como nunca antes visto.

Isso tudo nos traz um desafio muito maior na campanha deste
ano, pois tão ou mais importante que as cláusulas econômicas estão os embates
que teremos que fazer para sepultarmos as reformas que estão sendo propostas
pelo atual governo ilegítimo que foi colocado no poder justamente para isso;
atender aos interesses do mercado e retirar direitos dos trabalhadores. Ou nos
mobilizamos para derrubar as reformas, ou corremos o risco de não termos nem
reajuste salarial, nem PLR, nem emprego e nem aposentadoria.

É claro que queremos mais e merecemos mais e como nosso
acordo é de dois anos, vencendo este acordo em 2018 teremos novamente a
oportunidade de buscarmos novamente o melhor acordo e isso só será
possível com sindicatos fortes e representativos e principalmente com muita
mobilização dos trabalhadores. Sindicato forte e representativo é aquele que
tem o apoio e a participação ativa da sua categoria.

Só a luta nos garante!

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