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CUT e centrais anunciam ato do 1° de Maio unificado no Itaquerão, em São Paulo

Detalhes do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora 2024 foram apresentados à imprensa, na segunda-feira, 15 de abril. Pautas incluem emprego decente e igualdade salarial entre gêneros. Atividade terá shows gratuitos.

“O 1° de Maio será uma data simbólica para trabalhadores e trabalhadoras do mundo todo”, disse o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, em São Paulo, na manhã de segunda-feira, 15 de abril, durante coletiva de imprensa para anunciar o “1° de Maio – Dia do Trabalhador e da Trabalhadora por um Brasil mais justo”, cujo ato principal será na área externa do Itaquerão, na zona leste da capital paulista.

Ao lado de presidentes das demais centrais sindicais, Nobre afirmou que a data, em todo o mundo, é um dia em que a classe trabalhadora se reúne “para rememorar lutas do passado, atualizar as pautas de reivindicação e planejar as lutas do futuro”. E no Brasil, ele completa, “não será diferente”.

As bandeiras de luta deste 1° de Maio, conforme anunciaram as centrais, são emprego decente, correção da tabela do Imposto de Renda, juros mais baixos, aposentadoria digna, salário igual para trabalho igual e valorização do serviço público

O ato será, mais uma vez, realizado de forma unitária entre a CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central de Trabalhadores Brasileiros (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central de Sindicatos Brasileiros (CSB), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Pública.

Sérgio Nobre detalhou que, assim como nos anos anteriores, o 1° de Mario – Dia do Trabalhador será um dia de luta, por isso, “é importante que todas e todos compareçam porque lá estarão lideranças do movimento sindical, dos movimentos populares e de partidos políticos comprometidos com as pautas da classe trabalhadora”.

Mas serão muito mais, ele diz, se referindo às tradicionais atividades culturais que fazem parte da celebração, como intervenções artísticas e shows musicais.

De acordo com os presidentes das centrais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado oficialmente para o evento em São Paulo. Para Sérgio Nobre é importante que Lula esteja presente porque, diz o dirigente, é “um ano de grandes desafios”.

Ele se referiu a 2024 ser um ano de eleições municipais, fato que impacta na vida de toda a população e, por isso, é importante ter a consciência de que é preciso eleger candidatos comprometidos com a classe trabalhadora.

Outro desafio citado foi a tramitação de pautas de interesse dos trabalhadores no Congresso Nacional. “Pautas que precisam ser aprovadas”, afirmou Sérgio, em referência à presença de Lula em um evento de trabalhadores nortear as lutas a serem feitas.

Pautas do 1° de Maio

Além das pautas oficiais, anunciadas durante a coletiva, a defesa da democracia, pauta permanente do movimento sindical, foi destacada pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

“O tema da democracia será muito valorizado no 1° de Maio, principalmente porque ela ainda está em risco”, disse o dirigente. Torres ainda afirmou que a unidade das centrais foi fator fundamental para que o país derrotasse o fascismo nas últimas eleições, elegendo um governo progressista.

“Foi isso que conseguiu mudar o governo e dar capacidade – para o governo – de promover políticas de inclusão social, igualdade de salários entre homens e mulheres e assim por diante”, pontuou o presidente da Força Sindical.

Já Ricardo Patah, presidente da UGT, reforçou a defesa da valorização do setor público. “O setor está em campanha pela recuperação de salários”, disse. Patah também destacou, em sua apresentação, a desigualdade salarial entre homens e mulheres que desemprenham funções iguais.

“Chega a ser triste ou até vergonhoso ter que haver uma lei para isso”, disse enaltecendo a inciativa do governo Lula para sanar o problema. Lei nº 14.611/2023 foi criada com o intuito de corrigir as lacunas além de combater e eliminar as disparidades salariais baseadas em gênero e proporcionar maior segurança para as mulheres.

Presidente da CTB, Adilson Araújo, fez um resgate histórico do surgimento do Dia 1° de Maio, relembrando as reivindicações principais, ainda no século 19, em que se destacava a redução de jornada de trabalho. A contextualização do dirigente se deu para que ele explicasse que as condições de trabalho durante o século 21 foram deterioradas por políticas neoliberais que resultaram em um “trabalho análogo à escravidão gerado pela tecnologia”.

“Não é razoável que vejamos trabalhadores usando plataformas modernas, mas reprodutores de uma mais valia digital que vem sufocando e criando uma modalidade plenamente análogo à escravidão. As pessoas hoje estão trabalho 15, 16, 17 [horas por dia]. O que tem de moderno nisso”, disse o dirigente, destacando que a centrais sindicais lutam para que haja regras que proporcionem, direitos aos trabalhadores”, disse Adilson.

O presidente da NCST, Moacyr Tesch Auersvald destacou como bandeira de luta a correção da tabela do Imposto de Renda. “Estamos brigando há anos. Já avançamos um pouco, mas sabemos que ainda é insuficiente”. A tabela não era corrigida desde 2015, no último ano da Dilma Rousseff como presidente. O resultando dessa não correção, ele diz, foi o a precarização, a pejotização e outras formas de trabalho não decente.

Auersvald também citou a alta taxa de juros básica no Brasil, que vem caindo ‘vegetativamente’ e que precisa cair mais para que o Brasil retome o desenvolvimento. “Toda reunião do Copom, estamos na Avenida Paulista, cobrando a redução da taxa”, afirmou.

Unidade das seis centrais

O movimento unitário das centrais sindicais foi destacado pelo presidente da CSB, Antônio Neto. Ele ressaltou que a unidade na realização do 1° de maio tem por objetivo resgatar a autoestima da classe trabalhadora brasileira, que sofreu nos últimos anos com desmonte e direitos como a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita e a reforma da previdência.

Neto também relacionou a unidade das centrais à defesa da democracia. “Nós, no máximo conseguimos fechar a porta do inferno. O fascismo continua a nos infernizar diuturnamente. A unidade de classe coordenada será importante para avançarmos em todas bandeiras de luta da classe trabalhadora”, disse o dirigente.

Itaquerão

O 1° de Maio é organizado em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Por tradição, o ato principal ocorre em São Paulo. Porém, em 2024, ao contrário dos anos anteriores, em que fora realizado na região central da cidade, o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora será realizado na área externa da Arena Corinthians, conhecida como Itaquerão.

“É uma região de muita concentração operária”, diz o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.

“É a primeira vez, fora do centro da cidade. O Corinthians nos ofereceu o espaço que tem excelente localização para a realização do evento e de fácil acesso para a classe trabalhadora. Facilita o deslocamento”, pontou Sérgio Nobre. O acesso é facilitado pela estação Corinthians-Itaquera – linha vermelha do Metrô de São Paulo.

A agenda de shows e participação de lideranças políticas será divulgada nos próximos dias. O evento está marcado para começar às 10h. Nesta terça-feira (16), a partir das 6h da manhã, as centrais estarão na Estação Brás do Metrô distribuindo os panfletos oficiais do evento.

1º de maio em Curitiba

Durante a realização da 13º Conferência Regional dos Bancários, o presidente da CUT-PR, Márcio Kieller, anunciou que em Curitiba a orientação para as atividades de 1º de maio é a realização junto à Curia Metropolitana e que em 22 de maio os trabalhadores e trabalhadoras vão se somar em uma grande marcha que será realizada em Brasília para que as demandas da classe trabalhadora sejam atendidas pelo governo federal.

Fonte: CUT

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