CUT
As declarações do presidente nacional da CUT, Luiz Marinho, e a do Secretário Geral, João Felício, durante o mega-ato realizado em São Paulo, resumiram o sentimento popular em todo o País, neste 1º de Maio: o governo precisa conduzir o País no caminho das mudanças, rumo à recuperação dos salários e à valorização do salário mínimo, à geração de empregos e à distribuição de renda.
Mais de um milhão de trabalhadores saíram às ruas, de norte a sul do país, para junto com a CUT, reivindicar mudanças na política econômica, o fim da violência no campo, a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, e a solidariedade internacional.
As entidades da sociedade civil, como CNBB, UNE, MST e partidos de esquerda foram presenças marcantes nos atos do 1º de Maio, em várias capitais.
Em São Paulo, onde o maior dos eventos chegou a reunir 1 milhão de pessoas, segundo os organizadores (a Polícia Militar calculou 850 mil pessoas), destacou-se pela pouquíssima ocorrência médica-hospitalar, com apenas 439 atendimentos no local, com 19 remoções. Todas vítimas de insolação.
Além da alegria de milhares de jovens que foram ver seus ídolos da música popular brasileira.
Luiz Marinho e João Felício, durante seus discursos, cobraram do governo do Estado a abertura de negociações com os servidores em campanha salarial e respeito com os professores das escolas técnicas, em greve há 75 dias.
Mas, também cobraram duramente o governo federal por mudanças na política econômica. “Hoje é dia de festa, mas segunda-feira é dia de luta”, disse João Felício.
Em São Luiz, MA, apesar das fortes chuvas que caíram durante todo o dia, cerca de 3,5 mil pessoas participaram de uma romaria pela reforma agrária, incluindo a presença de um dos sobreviventes da chacina de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1999, no Pará.
Em Teresina, PI, a CUT organizou um café da manhã para receber cerca de 2 mil pessoas que participaram da marcha contra a corrupção que visitou, desde o início de abril, vários municípios do Estado explicando à população como identificar e denunciar o desvio de verbas públicas.
Outro ato a ser destacado foi o 1º de Maio realizado pela Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul, na Praça Internacional de Santana do Livramento (Brasil), fronteira com Rivera (Uruguai).
Mais de 12 mil pessoas de seis países (Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e Bolívia) participaram do evento reivindicando o fortalecimento do Mercosul e contra a implantação da Alca.
O presidente da CUT Rio Grande do Sul, Quintino Severo, criticou o novo valor do salário mínimo no Brasil, de R$ 260 reais (cerca de US$ 87,83) um dos mais baixos dos Países que compõem o Mercosul). No Uruguai é de US$ 48; na Argentina é de US$ 120; e no Paraguai, US$ 150.
Na Bahia, 15 mil pessoas pediram mais emprego e salários ao som do axé music e dos batuques dos blocos afro. O Ilê Ayê encerrará o evento. Veja na página da CUT como foram os atos do 1º de Maio.