31/05/2004
(São Paulo) No dia 20 de maio, a CNB/CUT, por meio da Comissão de Organização dos Empregados do HSBC, protocolou junto à direção do banco uma carta onde solicitava negociação sobre diversos temas que preocupam os funcionários, entre eles o plano de saúde, a terceirização e a contratação por tempo parcial, part time. Na ocasião o banco se comprometeu a iniciar o processo de negociação na semana seguinte, mas até o momento não fez nenhum contato.
Diante do descaso do banco inglês, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) está orientando as entidades sindicais a realizarem atividades nesta semana em todo o país. Vários problemas sérios estão ocorrendo em todo o país, como o do plano de saúde, onde há locais em que ele não é aceito por nenhum médico, como é o caso de Brasília. Outro problema que vem se agravando é o da terceirização. O banco vem colocando promotores de venda nas agências para desenvolver atividades de bancários.
Mesmo com tantos problemas, a prática do descaso com os funcionários tem sido constante no banco, relata o coordenador da COE e presidente da Fetec PR, Adilson Stuzata. “Não aceitaremos que o banco continue protelando o processo de negociação, para citar um exemplo, a reunião passada que deveria ser no início do mês de março, só ocorreu no dia 20 de maio, não concordamos com este comportamento do HSBC, exigimos respeito e seriedade, por isso, vamos nos mobilizar”, afirmou.
A COE HSBC também está convocando reunião nacional para o dia 5 de junho, às 18 horas (após o encerramento dos trabalhados do primeiro dia da Conferência) no mesmo local da Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, em São Paulo.
Meire Bicudo – CNB/CUT
SAÍBA NA ÍNTEGRA O TEOR DA CARTA ENCAMINHADA AO HSBC
Curitiba, 19 de maio de 2004.
Ao Banco HSBC
Curitiba – PR
Em mãos
Referente ao processo de negociação:
Há muito que os Sindicatos se esforçam no sentido de manter o debate dos problemas dos trabalhadores em um patamar negocial. Entretanto, temos observado que o comportamento do Banco em nada contribui com isso. Se não vejamos: Proibição e recolhimento de cartilhas que tratavam de saúde, perseguição de dirigente sindical retirando-o de seu ambiente de trabalho e isolando-o do restante do grupo, bem como reduzindo sua avaliação pelo fato de ser um dirigente sindical, o sigilo do voz ativa colocado em suspeição e, isso dito por um empregado graduado da instituição, dentre outros.
Além dos temas acima, os mencionados doravante, dependendo do retorno da
Empresa, balizará o comportamento das entidades sindicais. Vejamos:
Terceirização: Imediata suspensão de contratação e efetivação dos já contratados como promotores de vendas. Instalação imediata de comissão para debater terceirização, em especial, nos setores de documentação, cobrança e tele-banco;
Saúde: Restabelecimento da mesa temática sobre tema;
“Part time”: Suspensão de novas contratações neste sistema e constituição de comissão para tratar do assunto;
Assédio Moral: Definição de nomes por parte do banco de responsável para investigar as denúncias encaminhadas pelos sindicatos, com acompanhamento do SESMT(Serviço de Segurança Medicina de Trabalho), CIPA, bem como, por dirigente sindical;
Reclamação Zero: Suspensão do programa, visto que, como debatido anteriormente, provoca um grande desconforto nas unidades. Lamentamos que uma nova programação para este está programado, desta forma, não respeitando a pretensão anunciada pelo banco em reunião ocorrida em 22 de janeiro;
Plano de Saúde/Odontológico: Restituição imediata dos valores pagos pelos bancários por falta de atendimento competente, inclusive as despesas com deslocamentos;
Bolsa Educação: Cumprimento do Termo de Compromisso no que se refere ao relatório trimestral dos beneficiados, bem como dos indeferimentos e justificativas. Além disso, centralizarmos direto no RH Benefícios o processo seletivo de concessão da bolsa sem análises prévias, visto que, percebemos, conforme informações, o favorecimento de determinadas pessoas neste primeiro “filtro”;
Local de trabalho: Encerrar a atribuição do empregado em “arrumar lugar para trabalhar”. Entendemos que isto é função do empregador, dentro das regras do bom senso, exercer essa atividade;
Clima Laboral: Pesquisa anexa, revela que 83,3% acham o clima de trabalho no HSBC é ruim ou péssimo. Ante ao fato, propomos constituição de uma comissão bi-partite para levantar os problemas nas unidades responsáveis pela deterioração do ambiente de trabalho, com isso, acontecendo o adoecimento dos trabalhadores;
Adequação de jornada/cargo: Os técnicos de agência que recebem duas horas extras para exercer trabalho de gerência, bem como o técnico de processamento que exerce função de caixa estes trabalhando no centro de serviço, precisam de imediata adequação para seus cargos;
PPR: Inclusão imediata de metas de qualidade de vida, como a realização dos exercícios laborais para cumprimento das metas do Programa, leitura de materiais preventivos à doenças profissionais, pausa de digitação, dentre outros. Debate imediato do processo eleitoral para escolha dos representantes da comissão do PPR;
PCS: Debate imediato da implementação de um Plano de Cargos e Salários, mesmo porque, esta foi um dos principais motivos de insatisfação detectada na pesquisa do próprio banco;
Multifuncionalidade: Criação das agências coordenadas; Extinção do cargo de gerente administrativo e criação da figura do supervisor de agência, “o faz tudo”.
APABA: Definição sobre o assunto que estava prometido para o mês de março, infelizmente, até o momento, nenhuma posição oficial foi emitida pelo banco. O que temos é que dirigentes sindicais foram impedidos de permanecerem no local destinado à explicação da “adesão” aos detentores do benefício. Queremos saber quais são as preocupações do banco sobre o tema que justifique tal procedimento.
No aguardo de vosso posicionamento,
Atenciosamente,
Comissão de Organização dos Empregados do HSBC – COE/HSBC
CNB – Federações – Sindicatos