O movimento sindical, através da Comissão de Organizações dos Empregados (COE Santander), se reuniu na terça-feira (8) para avaliar os impactos para os bancários da chamada Semana Desendivida, ação do Santander que ocorrerá ao longo da próxima semana, na qual o horário das agências será ampliado até 18h para renegociação de dívidas de clientes. Já nesta quarta-feira 9, representantes dos bancários estiveram reunidos com o Santander para tratar do tema, ocasião na qual cobraram do banco negociação séria, pagamento de horas extras em caso de extrapolação de jornada, mais contratações, condições de trabalho adequadas e, sobretudo, respeito aos trabalhadores.
Confira abaixo o escopo da ação Semana Desendivida, determinado exclusivamente pelo Santander, sem qualquer participação ou anuência por parte do movimento sindical bancário:
- As agências funcionarão das 9h às 10h para atendimento preferencial para o grupo de maior risco;
- das 10h às 16h para o público em geral;
- das 16 às 18 horas, as agências ficarão fechadas para o público em geral e permanecerá um funcionário no autoatendimento para realizar a triagem dos clientes que desejam renegociar dívidas.
- Os caixas serão dispensados às 16h.
- Participarão da ação todos os funcionários com cargo de gerência. Ao longo da semana, dependendo da demanda, podem ocorrer ajustes no quadro de funcionários convocados, para mais ou para menos.
- Permanecerão nas agências até 18h os vigilantes e equipes de limpeza.
Caso haja extrapolação de jornadas, estas serão compensadas e não pagas.
“Avaliamos que a ampliação do horário de atendimento não se trata de uma decisão de negócios do Santander apenas, e muito menos algo pontual. Está em andamento no Santander um modelo de gestão que não respeita os trabalhadores, que ignora o processo negocial, não escuta os bancários. Um modelo de gestão no qual o banco decide tudo unilateralmente, de forma arbitrária, atropelando todos os envolvidos no processo. Uma gestão que não respeita acordos coletivos e nem mesmo dispositivos internacionais que obrigam o banco a negociar”, afirma Lucimara Malaquias, diretora do Sindicato de SP e coordenadora da Comissão de Organizações dos Empregados (COE Santander).
“Dentro deste modelo de gestão está inserida a ação Semana Desendivida, que aumenta o tempo de exposição dos bancários ao risco de contaminação por Covid-19 e coloca o funcionário que estará no autoatendimento em uma situação de insegurança. Deixamos claro para o Santander que a reivindicação do movimento sindical é de que, em caso de extrapolação de jornada, sejam pagas as devidas horas extras, que queremos negociação séria, e que vamos intensificar as denúncias contra as péssimas condições de trabalho as quais os bancários estão submetidos”, acrescenta.
De acordo com a diretora do Sindicato, para combater a postura desrespeitosa e indiferente do Santander em relação aos trabalhadores, é fundamental que os bancários participem das mobilizações do Sindicato e fortaleçam a luta por emprego, mais contratações, respeito e por condições de trabalho adequadas.
“Conclamamos os bancários do Santander para que se aproximem cada vez mais do Sindicato, sindicalizem-se, denunciem problemas nos locais de trabalho, participem das nossas mobilizações. Só será possível fazer com que o Santander respeite os trabalhadores, seus direitos e a negociação coletiva se estivermos todos juntos”, conclui Lucimara.
Fonte: SP Bancários