– 06/07/2004
(São Paulo) A Executiva Nacional dos Bancários realizou nesta segunda e terça, 5 e 6, um seminário para discutir estratégias de negociação e aprovou um calendário de atividades que abordará temas importantes para a categoria e para a sociedade, como aumento real, juros, tarifas, emprego, ampliação do horário de atendimento, com dois turnos de trabalho e participação nos lucros e resultados (PLR). As mobilizações, que já começaram com o lançamento da campanha no dia 1º de julho, têm continuidade já na próxima semana.
As atividades serão divididas por temas e por semanas. A prioridade para a categoria é a participação no dia 16 de julho, o Dia Nacional de Mobilizações e Lutas da CUT Por Mudança na Política Econômica e as ações da campanha salarial unificada. A Executiva orienta todas as entidades a se inserirem nas atividades programadas pelas CUT Estaduais.
Na primeira semana, que vai de 12 a 16/07, as discussões serão em torno do aumento real de salários, das tarifas e juros cobrados pelos bancos. Na Segunda semana, de 19 a 23/07, os temas são emprego e ampliação no horário de atendimento, com dois turnos de trabalho e na terceira semana, de 26 a 30, PLR e balanço anti-social dos bancos.
Durante a primeira semana, ocorre o Dia Nacional de Mobilizações e Lutas da CUT. Já na segunda semana, no dia 20, acontece a terceira rodada de negociações com a Fenaban. Neste dia, as entidades devem preparar atividades conjuntas de todos os bancos nos principais centros financeiros de cada região.
Para cada semana de atividades, a CNB/CUT irá preparar um jornal abordando os temas definidos pela Executiva. Ele será preparado pela CNB e enviado às entidades pela Internet para que cada uma faça a impressão do mesmo. A Executiva sugere que as Federações centralizem os materiais, conforme a demanda.
As Federações ficam também responsáveis por informar à CNB/CUT as atividades que serão realizadas durante a vigência do calendário, assim como enviar balanço das mesmas para que sejam possível a divulgação no site da CNB e junto a grande imprensa.
Preparação – Durante todo o dia de ontem foram feitas apresentações do Dieese sobre as campanhas salariais de 2003 e do primeiro semestre, com a participação do coordenador da Secretaria de Atendimento Técnico do Departamento, João Silvestre. Ele lembrou que no ano passado, 58% das categorias tiveram reajustes abaixo do INPC e 42% iguais ou acima da inflação, ou seja aumento real de salários. Foram levados em conta apenas os reajustes sobre os salários diretos, excluindo abono ou PLR. Ele destacou ainda que as categorias que assinaram convenções conseguiram ganhos maiores do que aquelas que negociaram por empresa, assinado apenas acordos.
O coordenador do Dieese lembrou ainda que a economia no segundo semestre sempre tem desempenho melhor e peso das categorias com data-base neste período, como bancários e petroleiros, também devem ser levados em conta. No primeiro semestre deste ano, uma análise feita em 88 categorias que já realizaram negociações, 45% tiveram reajuste acima do INPC e 25% das negociações zeraram a inflação, ou seja, 70%, no mínimo conseguiram repor a inflação e praticamente não houve parcelamento, como ocorreu no ano passado.
Sobre a inflação, Silvestre destacou que ela vem subindo e deve fechar até agosto na casa dos 7% (setembro de 2003 a agosto de 2004).
Resistência – O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, fez um resgate de todas as campanha salariais desde 1991 e constatou que este período foi de resistência por parte da categoria. Também foram agregadas novas conquistas, que foram decorrentes dos períodos de maior mobilização dos bancários. Ele lembrou da PLR, da cesta-alimentação e diversas cláusulas sociais, como a de igualdade de oportunidade.
No período da tarde de ontem, foram discutidas as 34 cláusulas destacadas pela Executiva como prioridade na mesa de negociações, com apoio das assessorias econômica e jurídica.
Negociação – A segunda rodada de negociações ocorre nesta terça-feira, dia 6, às 15h, no L’Hotel, em São Paulo. A expectativa é que seja iniciadas as discussões sobre as cláusulas prioritárias já entregues à Fenaban.
Meire Bicudo – CNB/CUT