O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) bateu recorde no mês de março, quando teve alta de 1,71%, acima do registrado no mês anterior (1%). Essa foi a maior variação para um mês de março desde 1994, no período que antecedeu a implementação do real.
O INPC é calculado mensalmente pelo IBGE para medir a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendimento médio mensal de 1 a 5 salários mínimos. É este o índice usado no reajuste dos salários e demais verbas dos bancários, negociado entre representantes dos trabalhadores (Comando Nacional dos Bancários) e dos bancos (Fenaban), nas campanhas da categoria.
Com os preços subindo cada vez mais, a expectativa é que o INPC, neste ano, ultrapasse 10% na data base da categoria, que é 1º de setembro. Entre setembro de 2021 e março de 2022 (sete meses), a inflação para data-base acumula alta de 7,54%. Utilizando as projeções do Banco Central, o INPC acumulado em 12 meses está estimado em 9,77%. Porém, como esclarece o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as estimativas do BC têm se mostrado subestimadas. Além disso, destaca ainda o Dieese, incertezas relacionadas às questões geopolíticas internacionais, às eleições de outubro e à pandemia, podem piorar o cenário.
Alta dos combustíveis e alimentos
No ano, o INPC acumula alta de 3,42%. E nos últimos 12 meses, de 11,73%. Em março de 2021, a taxa foi de 0,86%. Os principais impactos em março vieram dos transportes (3,02%) e de alimentação e bebidas (2,42%). Os dois grupos, juntos, contribuíram com cerca de 72% do índice do mês. No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis (6,70%), com destaque para gasolina (6,95%), que teve o maior impacto individual (0,44 p.p.) no indicador geral.
“A alta dos combustíveis reflete em toda a cadeia produtiva e consequentemente nos preços ao consumidor. Para baixar os preços dos combustíveis é necessário uma nova política de preços da Petrobras, que não esteja diretamente indexada aos preços internacionais, e uma política de valorização salarial. Ambas de responsabilidade do governo federal”, observa Lucimara.
A dirigente lembra ainda que a inflação dos alimentos penaliza principalmente os mais pobres. “O mais pobres estão condenados à fome. Também é necessário fortalecer a reserva de sementes e alimentos, políticas de distribuição de renda e combate à fome, estímulo aos pequenos produtores e à agricultura familiar. Novamente cabe ao Estado ser indutor do desenvolvimento e do combate à pobreza”, conclui.
Fonte: SP Bancários