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Gestão da Caixa não pode mais ignorar violência organizacional

Casos de adoecimento mental se multiplicam no banco. Precarização das condições de trabalho é a principal causa dos afastamentos.

O Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região tem acompanhado e atendido diversos bancários da Caixa Econômica Federal adoecidos. “Estamos acompanhando, com muita preocupação, o crescimento do número de adoecimentos na Caixa, e sabemos que esse aumento é resultado da precarização das condições de trabalho”, aponta o presidente da entidade, Antônio Fermino.

“Essa precarização é o resultado de um conjunto de fatores, tais como a falta de funcionários, metas inatingíveis, cobranças exacerbadas, ameaças de retirada de função e a falta de diálogo nos pedidos de transferências. Estudos ligados psicodinâmica mostram que o trabalho é um construtor importantíssimo de saúde mental. Sendo assim, a sobrecarga, as ameaças, a pressão constante e o assédio moral geram prejuízos significativos à saúde mental, que podem levar ao adoecimento, ao uso de drogas ou até mesmo ao suicídio”, explica a secretária de Saúde do Sindicato, Patrícia Carbornal.

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Condições de trabalho

O Sindicato tem acompanhado que a rotina dos empregados da Caixa é permeada de situações estressantes. Os trabalhadores têm percebido que não conseguem atingir suas metas sem prejuízo a sua saúde. “Os bancários relatam que não suportam mais o medo diante das ameaças de retiradas de função. Por outro lado, a maioria deles carrega um sentimento de pertencimento à empresa e a história da Caixa, o que alimenta a esperança do resgate de um ambiente de trabalho digno e saudável”, acrescenta Patrícia.

“Está claro que as intervenções devem ser focadas em ações preventivas e de promoção da saúde. Por isso, estamos cobrando que a nova gestão da Caixa, que veio com a promessa de uma gestão humanizada, perceba a condição de vida no trabalho de seus funcionários, considerando a importância do papel do trabalho na saúde mental destas pessoas”, pontua Fermino.

Para o movimento sindical, é urgente e necessário expor que metas inatingíveis, pressão e assédio moral são práticas não somente inadequadas, mas também adoecedoras. “A falta de funcionários, com um quadro insuficiente para o atendimento dos clientes, gera um tempo de espera absurdo, o que leva os usuários do banco a desrespeitarem os funcionários”, informa o presidente. “Com isso, nos tornamos reféns desta política de redução da categoria bancária, que se configura num total desrespeito a população e aos funcionários”, conclui.

Adoecimento generalizado

Para Patrícia Carbornal, a precarização do trabalho tem gerado um adoecimento generalizado nos bancários. “Prova disso é o aumento dos afastamentos por problemas psiquiátricos!”, afirma. “Vale ressaltar que muitas pessoas que possuem doenças psíquicas demoram a procurar ajuda, por um sentimento de vergonha, e que muitas delas sequer chegam a se afastar do trabalho, por medo de retaliação e discriminação”, acrescenta.

Por isso, o Sindicato defende que a nova gestão da Caixa também precisa falar sobre os efeitos devastadores no psicológico dos funcionários, que está sendo produzido pela concorrência acirrada no cumprimento das metas abusivas. “Após sete meses da gestão, ainda vemos os trabalhadores sendo submetidos a assédio moral e violência organizacional adoecera”, destaca Fermino. “Não oferecer condições mínimas de trabalho é uma violação à dignidade da pessoa humana, que leva o trabalhador a exaustão física e mental. Não podemos normalizar esse adoecimento no ambiente de trabalho!”, conclui.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

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